Martin Luther King & Bob Kennedy Assassinados

Martin Luther King Assassinado
O sonho acabou. Ele permaneceu*

zzz1590  “Pode ser que eu não chegue à terra prometida com vocês”, disse profeticamente o pastor batista Martin Luther King Jr.  Na noite de 3 abr. / 1968, quando tentava usar o seu prestígio de Prêmio Nobel da Paz em prol da campanha salarial dos lixeiros da cidade de Memphis, capital do Tennessee, no sul racista dos Estados unidos. No dia seguinte, o balaço disparado pelo rifle do foragido James Earl Ray atingiu-o no rosto enquanto conversava com o também pastor Jesse Jackson na sacada do seu quarto no motel Loraine, hoje sede do Museu Nacional dos Direitos Civis. Martin Luther King morreu na hora, aos 39 anos.

  A reação foi imediata. Indignadas com a morte do maior líder negro que conheceram ao longo de 350 anos de exploração e humilhação, multidões raivosas saíram às ruas em dez estados do país, clamando por justiça, esquecidas de que a principal característica da luta de Martin Luther King era o seu caráter pacífico. O Governo federal mobilizou 72.800 soldados do Exército e da Guarda Nacional, mas ao fim de três dias de motins, o saldo era assustador: 5.117 incêndios, 1.928 casas e estabelecimentos comerciais depredados ou saqueados, 23.987 prisões e 43 mortes.

   Os distúrbios só foram interrompidos no dia 9 de abril, quando 150 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre pelas ruas de Atlanta, capital da Geórgia, cidade onde nascera e pregava, seguindo a profissão do pai. Participaram das solenidades diversas personalidade, como o vice-presidente Hubert Humphrey, o governador de Nova York, Nelson Rockfeller, e Jaqueline Kennedy. Simbolicamente, o caixão foi colocado em cima de uma charrete puxada por duas mulas, um meio de transporte bastante conhecido da sofrida comunidade negra do Sul dos Estados Unidos.

   King, único cidadão americano do século XX a ter um feriado em sua homenagem, começou a luta pelos direitos civis em dezembro de 1955. Ele liderou o boicote promovido pelos negros de Montgomery, no Alabama, aos ônibus públicos, depois da prisão de Rosa Parks, que se negara a cumprir a lei que a obrigava a ceder o lugar para um homem branco. Vieram em seguida memoráveis campanhas pelos direitos dos negros, entre as quais a Marcha sobre Washington, em 1963, quando cerca de 250 mil pessoas se apertaram entre o Monumento de Washington e o Memorial de Lincoln para ouvir o célebre discurso “Eu tenho um sonho”, hoje peça obrigatória nas escolas públicas do país. Graças a essa manifestação, a emenda dos Direitos Civis, que dava ao Governo federal o poder de intervir nos estados que promovessem segregação racial, foi encaminhada ao Congresso pelo então presidente John Kennedy e, depois de quase um ano de controvérsias, sancionada por seu sucessor, Lyndon Johnson.

*Revista O Globo 2000 – 1966 – 1968, número 24

Bob Kennedy Assassinado
Política e tragédia, a sina de um clã*

zzz1591   Em 5 de junho de 1968, quatro anos e meio após o assassinato do presidente John Fitzgerald Kennedy, seu irmão e ex-secretário de Justiça, o senador Robert (Bob) Kennedy, então concorrendo também à chefia do Executivo americano pelo Partido Democrata, foi morto a tiros no Hotel Ambassador, em Los Angles, pouco depois de falar alegremente a seus correligionários, comemorando a vitória nas eleições primárias da Califórnia. Um imigrante palestino, Sirhan Bishara Sirhan, atirou várias vezes contra Bob. Três tiros atingiram o senador, que agonizou 25 horas no hospital antes de morrer. Apesar de contradições nos exames de balística – como o fato de haver mais projéteis deflagrados no local do que os tiros desferidos pela arma – Sirhan foi condenado à prisão perpétua como único culpado pelo homicídio, atribuído a um ódio pessoal contra os ricos.

   O crime abalou o país e a opinião pública mundial. A vitória na Califórnia fora a quinta de seis eleições preliminares disputadas por Bob em sua campanha pela indicação do partido, seguindo com êxito os passos do irmão. Líder da ala liberal dos democratas e grande defensor dos direitos civis, o advogado Robert Kennedy angariava a simpatia de negros, latinos e pobres com sua atuação no Governo e no Senado, onde foi porta-voz das crescente tendência popular contrária à intervenção no Vietnã. O abalo com a morte de John, em 1963, não impediu que permanecesse no Departamento de Justiça até setembro do ano seguinte, quando renunciou ao cargo e passou a fazer oposição ao presidente Lyndon Johnson. Elegeu-se senador por Nova York em novembro de 1964. Estava fadado a seguir o destino político do clã Kennedy e a sofrer o mesmo fim trágico.


*Revista O Globo 2000 – 1966 – 1968, número 24

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