Leo Jaime: Artigo: Jerry Lee 'The Killer' Lewis (2022)

ARTIGO: JERRY LEE 'THE KILLER' LEWIS
Cantor e compositor Leo Jaime analisa o legado de um dos pioneiros do rock, que morreu na últiam sexta-feira (28), aos 87 anos
Por Leo Jaime, Especial Para O GLOBO, 30/10/2022 

Da mesma safra que Elvis, Buddy Holly, Little Richard, Chuck Berry, grandes dinossauros do rock and roll, um rhytm’n’blues tocado mais rápido e que já era popular no meio dos anos 1950, Jerry, pianista como Little Richard, incorporou elementos da country music em suas canções de sucesso instantâneo. Seu primeiro single, ou compacto como chamávamos no Brasil, já levou-o do anonimato ao estrelato em semanas com 300 mil cópias vendidas.

Ao contrário de Elvis, que nunca saiu do solo natal, os ídolos do movimento que se iniciou com o sucesso de Bill Halley e seus Cometas e do filme "No balanço das horas", com a canção de Bill Halley que nomeava o filme ("Rock around the clock") explodindo nas telas e nas rádios, incendiando a juventude no mundo todo. O próximo território a ser conquistado seria o Reino Unido.

A chegada ao aeroporto de Heathrow em 1958, para o que seria uma temporada de aclamação, tendo na plateia, entre tantos, os adolescentes que se tornariam The Beatles. Um detalhe em seu desembarque não passou desapercebido do tabloide Daily Mail: Jerry estava acompanhado de uma moça que ele apresentou como sua esposa e que logo descobriram que era sua prima irmã Myra de 13 anos.

Com isso suas “Great balls of fire” perderam a chama e ele ficou fora do circuito dos grandes ídolos mesmo mantendo a energia eletrizante em suas apresentações. O fato é que a primeira onda do Rock começou a se desmanchar no fim de 1959 com Elvis indo para o exército e outras músicas ocupando as paradas. Isso até começar a Beatlemania alguns anos depois.

Jerry só se reinventaria uma década depois no mundo da música country. Seu talento foi reconhecido e ficou muitas vezes no topo das paradas. Um episódio marcante aconteceu em Los Angeles. Ele se apresentava e de repente John Lennon entra na plateia do Roxy. As atenções se voltaram todas para o Beatle causando a ira de Jerry que começou a quebrar tudo no palco, inclusive o piano, o que é difícil!, e vociferar que Os Beatles eram uma merda, que os Stones também eram, e que só ele fazia rock de verdade. John subiu ao palco, adorando a situação, e, concordando, ficou berrando no microfone que os Beatles eram mesmo uma merda, o que Jerry entendeu como deboche. E foi para o camarim furioso.

Lennon foi até lá para tentar consertar e Jerry, cabisbaixo, ao ver o ídolo, pega-lhe a mão e diz, ajoelhado: “Foram quase vinte anos para conhecer o verdadeiro Rei do Rock!”. Lennon riu o que deixou Jerry mais irritado ainda. Ele começou a procurar a arma, que costumava usar dentro da bota, pra mandar bala no seu notável discípulo. Foi quando John se ajoelhou, beijou-lhe a mão e disse: “Eu é que demorei vinte anos para, finalmente, poder conhecer o verdadeiro rei do Rock and Roll”. Alguém que nos deixa hoje tem um valioso legado e merece toda a nossa reverência!

Eu fiz parte de uma banda, João Penca e seus Miquinhos Amestrados, e nosso pianista era chamado Claudio The Killer. Não foi só na Inglaterra que ele deixou seguidores.

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