Os Beatles e o sapateiro

A ilha
(Mário Pacheco)

Em meados de agosto de 1967, John tem a idéia maluca de que os Beatles comprem uma ilha e nela criem seu próprio reino. Um grego simpático “Magic” Alex Mardas, inventor da Apple Electronics que malogrou em vista da sua “improdutividade”, descobriu que um pequeno arquipélago por lá, no mar Egeu, estava a venda pela bagatela de 90 mil libras.

Teriam de vencer, entretanto, um grande obstáculo imposto pelo governo inglês, o das restrições monetárias. Realmente levantariam uma grande fortuna do erário inglês, para aplicá-la em outro país. Mas, não desanimaram. Depois de diversos trâmites burocráticos, Mr. Callaghan, que na oportunidade era o Ministro do Tesouro, concedeu-lhes uma licença especial para realizarem o grande evento Mas, surgiu um novo problema de família. Como fazer com os estudos de Julian, já em idade escolar? Uma hipóteses seria passarem seis meses na ilha e seis meses na Inglaterra; outra, seria Julian estudar numa das escolas inglesas das pequenas ilhas gregas; a última, interná-lo em Atenas. Para Cynthia, as duas primeiras hipóteses eram favoráveis para o garoto, e a última não contrariava os princípios de John, que sempre desejou que o filho se criasse livre como um pássaro.

Superado o problema com o tesouro inglês, faltava apenas solucionar as necessidades de Julian. Reservaram uma soma fabulosa para a aquisição da ilha. E lá vão os Beatles para Grécia tentar fechar o negócio só que Magic Alex não os avisou e nem eles pareciam saber que a Grécia estava em pleno regime de ditadura militar. Pelo menos Alex entrou em contato com um alto oficial grego e o conveceu de que tratar bem aos Beatles seria uma boa peça de relações públicas para melhorar a imagem da Grécia no exterior.

Viajaram todos à Grécia, a convite do governador de uma pequena cidade, o qual preparou uma grande máquina publicitária sobre o fato. Os Beatles deram-se conta do interesse promocional político daquele Governador, em lá chegando.
“Mal põe os pés em solo grego, John descobre que esqueceu seu estoque de LSD em Londres, e fica inconsolável: De que vale o Partenoon sem LSD? O único jeito é importar, e discretamente: Magic Alex liga para Mal Evans, assistente do grupo, em Londres. John não está bem, Mal, e você tem que vir à Grécia trazer seu remédio.

— Mal Evans - Qual remédio?

Alex — Você sabe, aquele remédio que ele toma para acidez ”... (John Lennon. Ayrton Mugnaini Jr. Biblioteca Musical 2 - Editora Nova Sampa).

Dezenas de repórteres os aguardavam, e grande número de emissoras de rádio e televisão que faziam a cobertura da chegada dos reis do rock’n’roll. O alarde, o interesse promocional pessoal do político eleitoreiro, foi a gota d’água que faltava para fazê-los desistir do empreendimento.

Comentou-se que a desistência fora por causa do regime político da Grécia, sob o comando dos militares. Não é verdade. O que os indignou foi terem usado o grupo pra outros objetivos, alheios aos deles.

No fim, os Beatles não chegaram a comprar as ilhas. É que, com imposto e tudo, elas sairiam por 108 mil libras. Os Beatles até tinham essa grana, em cash mesmo, mas o governo inglês proíbe a evasão de mais de 95 mil libras de uma vez só.

Comentou-se, igualmente, que a Rainha da Inglaterra concedeu-lhes a condecoração da Ordem do Império, por manobra do Partido Trabalhista, necessitado na época de imagem nova, capaz de captar a simpatia das novas gerações e sua força eleitoral.

 

Os Beatles e o sapateiro
(Mário Pacheco)

Atenas. Os Beatles, os quatro moços de Liverpool atravessam os continentes e conhecem as pessoas. Hoje, eles passeiam pelas ruínas do Paternoon e quem sabe se estabelecerão numa ilha no arquipélago. Na agenda do grupo musical britânico, também está marcada um encontro com o sapateiro Stavros Melissinos, o filósofo-sapateiro.

No início dos anos 50, Stavros Melissinos começou a confeccionar em sua sapataria as mesmas sandálias de tiras de couro usadas por Sócrates, Platão e Aristoteles, os responsáveis pela base da filosofia ocidental. Assim, criou sandálias para grupos de teatros europeus que representavam textos da mitologia grega e em textos próprios Melissinos ironiza a religião ortodoxa, motivo pelo qual é censurado em seu país. Na pequena sapataria impreganda pelo cheiro de couro e repleto de sandálias, John, Paul, George e Ringo compraram cintos e alguns pares de sandálias.

 

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