'NEVERMIND E NIRVANA NÃO CHEIRAM A MOFO (2016)

 

nir_vana

Animações retiradas do sitefã: http://issabnerual.tumblr.com/

Nevermind e Nirvana não cheiram a mofo
por Mário PaZcheco

“A alienação deu bons lucros ao Nirvana com ‘Nevermind’. revista Rolling Stone.

Venho adiando há séculos, o início e a conclusão deste texto em homenagem ao trio americano underground Nirvana. Minhas razões são várias, a melhor era apenas me ater em ouvir, e então passaram-se duas décadas e eu resolvi recuperar os estilhaços da trajetória acidentada desta banda a qual eu qualifico de maravilhosamente insana. Honestamente republico notas citando as fontes para corroborar a visão do artigo. É claro que é escrito para fãs!

Sob novo contrato

Através de suas apresentações dos shows, o trio consegue chamar a atenção de um executivo da gravadora Geffen. A história da banda começa a mudar e em pouco tempo surge a oportunidade de uma mudança de rumos. Quando o inverno de 1991 chegou, O Nirvana se despediu do selo Sub Pop e assinou com a DGC - uma subsidiária da Geffen - por uma quantia estimada em US$ 287 mil. O contrato foi assinado em abril e serviu para cobrir algumas despesas acumuladas, mas a gravadora lhes prometeu um bom aumento quando eles vendessem uma boa quantidade de discos.  Apesar das ligações afetivas com a Sub Pop, ficou claro que o Nirvana não podia negar um contrato com uma gravadora maior. Além do mais, o preço pago pela Geffen à Sub Pop pela rescisão do contrato do Nirvana seria suficiente para tirar a gravadora do buraco.

Pouco antes da gravação do novo disco pela nova gravadora, o baterista Chad Channing é chutado por diferenças musicais. Em seu lugar entra Dave Grohl. Este trio conquistará o mundo. 

De acordo com Kurt, o épico Nevermind não foi feito através de trabalho árduo e o final das gravações foi bastante relaxante. "Nós tomamos muito xarope para tosse e Jack Daniels e ficamos sentados no sofá da área de recreação do estúdio durante dias no final das gravações, escrevendo algumas letras. Se não tivéssemos tomado um tempo para nós no final das gravações, teríamos comprado nossas músicas de Gloria Estefan, Warrant ou J Mascis, do Dinossaur Jr.".

Nevermind letras traduzidas por João Paulo Andrade

11 faixas
http://onlybootleghere.blogspot.com/2009/05/nirvana-nevermind-sessions-repost.html 

19 faixas
http://captainsdead.com/nirvanas-nevermind-sessions.html 


CR : É verdade que a maioria das músicas em 'Nevermind' foi gravada em um ou dois takes?

Krist : Sim. mas naquele ponto já havíamos ensaiado bastante as músicas. E reconheço que em algumas músicas as partes do baixo estão meio corridas. Deveríamos ter retornado para deixar o álbum perfeito.

Animações no site fã: http://issabnerual.tumblr.com/


“Mergulho no Nirvana”

Por: Luís Bissigo

“A história de ‘Nevermind’ é o mote do novo documentário da série ‘Classic álbuns, lançado em DVD no Brasil.

A série de especiais, que já retratou trabalhos de U2, Motörhead e Pink Floyd, se debruça agora sobre um álbum de fato revolucionário. Desde o lançamento de “Nevermind”, em 1991, mais de 10 milhões de americanos levaram para casa a obra-prima de Kurt Cobain (voz e guitarra), Krist Novoselic (baixo) e Dave Grohl (bateria). Unindo agressividade roqueira e apelo pop de forma até então inédita, o Nirvana derrubou a barreira entre o circuito alternativo e o grande público e entrou na galeria das grandes bandas.

No documentário (ST2 Video, 74min, R$ 40 em média), a excelência artística do disco fica evidente. O produtor Butch Vig explica detalhes da gravação, quando teve de literalmente prender a respiração para captar a base de Something int he way, com Cobain tocando violão jogado no sofá do estúdio. Vig ainda mostra, canal por canal, como foram feitos os refrões de Polly e In bloom, Grohl, de cabelos curtos, revela a mágoa por nunca ter sido elogiado pelos colegas de Nirvana. Novoselic, gordo e careca, admite que “Nevermind” é o que de melhor já fez na vida. O diretor do clipe de Smells..., Sam Bayer, e o bebê fotografado na capa do disco, Spencer Elden, são outras estrelas do programa.

O especial também enfatiza a energia do grupo ao vivo, com imagens registradas no palco – como, por exemplo, a apresentação da estreia de Smells like teen spirit. São planos marcantes – Novoselic pulando descalço, Grohl surrando a bateria, Cobain atirando o microfone no chão e ajoelhando-se para cantar. Cenas de um disco e de uma banda inesquecíveis”.
Luís Bissigo, Mergulho no Nirvana, Zero Hora, 28 mai. / 2005


Nirvana uma cronologia

1989

A primeira turnê europeia do Nirvana aconteceu no lançamento de "Bleach" pela Tupelo Records, em agosto de 1989. Eles seguiram com uma turnê, que começou no dia 23 de outubro, em Riverside, e que percorreria toda a Inglaterra, dividindo o palco com seus companheiros de selo, a banda Tad.

1990

25 de setembro - Dave Grohl  junta-se ao Nirvana;

Outubro – O primeiro show de Dave Grohl na bateria do Nirvana,  acontece no North Shore Surf Club, em Olympia,Washington;

O Nirvana viaja pela Inglaterra com o L7;

1991

1º de janeiro – Sessão de estúdio na qual são gravadas Aneurysm e Even in his youth;

Inverno – A banda assina com a DGC Records;

18 de fevereiro – Na primeira edição do suplemento Folhateen, Álvaro Pereira Júnior, então editor-chefe do “Notícias Populares”, escreve sobre uma banda desconhecida TRECHO // “O primeiro e único LP deles chama ‘Bleach’ (algo como água sanitária). Nada mais poético. Segundo o dono da Sub Pop, os caras do Nirvana ‘são jovens, têm seu próprio furgão e vão nos enriquecer’”;

“Numa passagem por San Francisco, Cobain , Krist Novoselic  viram vários cartazes nas ruas com os dizeres “Bleach your works”. Era uma campanha que recomendava aos usuários de drogas injetáveis que desinfetassem suas seringas para não contrair o vírus HIV. De estalo, veio a idéia: nada se encaixaria melhor para batizar o álbum do que “bleach” (espécie de preparado químico usado para sanear e alvejar), que tem o poder de salvar vidas...”.
“Livro brasileiro disseca as letras de Kurt Cobain” por Thiago Ney em resenha sobre o livro ‘Kurt Cobain – Fragmentos de uma autobiografia’- autor Marcelo Orozco. Editora: Conrad. (224 págs).
Folha de S. Paulo, 4 abr. / 2002

Abril - No Ok Hotel à beira do mar, no centro feio de Seattle, debaixo de um viaduto, funcionava o clube onde Smells like teen spirit foi mostrada ao vivo pela primeira vez.
A banda precisava viajar de Seattle a Los Angeles para gravar um disco e para pagar a gasolina, o trio fez um show no qual tocou uma música, Smell like teen spirit, pela primeira vez;

Smells like teen spirit, música que teve confessa inspiração nos antecessores Pixies, nasceu de uma pichação que a amiga Kathleen Hanna, da banda Bikini Kill, fez numa parede: “Kurt Smells like teen spirit” (sendo teen spirit um perfume muito popular entre patricinhas). Com sua ferocidade e uma dinâmica em que a maior barulheira subitamente dava lugar a passagens calmas e melódicas, a música deflagrou uma verdadeira rebelião juvenil. Exatamente como a do clipe, dirigido pelo então estreante Samuel Bayer por ridículos US$ 25 mil, em que a banda leva uma turba À loucura tocando num ginásio”.  (Silvio Essinger)
Punk para as massas, Jornal do Brasil, quarta-feira, 29 de agosto de 2001

17 de Abril – A banda assina com a Geffen Records;

Maio – Depois de muitos ensaios, eles entraram com o produtor Butch Vig no Sound City (estúdio na Califórnia, onde grandes bandas de rock dos anos 70, como Fleetwood Mac  e Cheap Trick, gravaram seus discos) para dar início às gravações do álbum “Nevermind”. Os músicos bateram o pé para ter Butch Vig de novo na produção: um homem previamente renomado por seu trabalho com bandas de hardcore como o Killdozer. No ano anterior, Vig Butch supervisionou as demos do Nirvana gravadas em Winscounsin. A gravadora queria nomes mais conhecido como Scott Little e Don Dixon, que produziram o REM. Várias vezes Vig se questionou o porquê de sua convocação. As mixagens finais, porém, ficaram por conta de Andy Wallace (mixador do Slayer), uma vez que Vig disse estar muito cansado para continuar.

No estúdio,  Kurt logo expressou sua vontade de que o disco fosse “mais pesado e mais lento que Black Sabbath”.

O disco "Nevermind" ficou pronto na metade de 1991, ma spor questões burocráticas a gravadora o lançou apenas ni dia 24 de setembro. A tiragem inicial foi de 8 mil cópias para a Inglaterra e 40 mil para os Estados Unidos - os discos se esgotaram em poucos dias.

Junho – Nirvana excursiona com Dinosaur Jr.;

Agosto – Começa uma grande turnê europeia da banda. Nela, o Nirvana abre para os Sonic Youths no Reading Festival, e performance histórica  é documentada no filme “1991: The Year Punk Broke”.  Ao mesmo tempo, o vídeo para Smells like teen spirit começa a ser filmado;

Kurt Cobain convidou o escocês Eugene Kelly, guitarrista dos Vaselines;  para subir ao palco e tocar guitarra numa versão de Molly’s lips. A banda ainda tocou The End, do The Doors. No final, após Endless, nameless, Kurt se jogou na bateria e deslocou sua clavícula. O que ele fez depois disso? Saiu dando tchau par ao público como se nada tivesse acontecido.

13 de setembro – Uma grande festa para comemorar o lançamento de “Nevermind”;

A festa ocorre no Re-Bar. Reza a lenda que, por causa da bagunça e da guerra de comida promovida pela banda e convidados, o dono do local amaldiçoou o LP, dizendo que ele “não iria vender nada”;

"Para a festa promocional do lançamento de 'Nevermind' escrevemos no convite: 'Nevermind Triskaidekaphobia, here's Nirvana (dane-se o medo de sexta-feira 13, aqui está o Nirvana). Primeiro passamos em duas estações de rádio, mas Kurt não estava bem e isso colocou todos pra baixo. Então, aprendi que se tivesse que fazer algo seria com Dave e Krist. Numa estação nos deram pizza e Kurt começou uma guerra de pizza". (Susie Tennant, promotora da Geffen Records em Seattle);

20 de setembro – A turnê de lançamento do disco “Nevermind” começa em Toronto, Canadá;

24 setembro – “Nevermind” é lançado e entra em 144º lugar na parada da Billboard;

"Em setembro de 1991, logo após o lançamento de 'Nevermind', ocorre muito mais do que o aguardado: do dia para a noite o disco pula para o topo das paradas, sem divulgação em rádios ou na MTV. A imprensa mundial corre atrás do prejuízo e em menos de um mês a banda saí do anonimato e passa a ter que escolher as entrevistas que irá conceder e os programas de tevê de que participará (...) De repente, o som de Seattle, juntamente com o visual clássico dos jovens da cidade, com bermudas e camisas de lenhador, passa a ser moda. Desde os Sex Pistols, o underground não vendia tanto. Aparentemente a banda passava intocada por tudo isso e, apesar de seus integrantes terem se tornados milionários instantâneos, eles continuam a quebrar os mesmos equipamentos baratos em seus shows. O sucesso do Nirvana de imediato alavanca a carreira de dezenas de bandas da cidade de Seattle. Embora não houvesse uma identidade musical entre as bandas, durante dois anos foram poucos os novos grupos a explodirem sem usar bermudas e camisas de flanela. Entre outras bandas da geração de Seattle se destacam Pearl Jam, Soundgarden, Tad, Mudhoney, Prong etc".
Nirvana A última super banda de rock – a mais completa e lustrada biografia do Nirvana – Coleção Biographic Arte – Editora Canaã
“A última super banda de rock” escrito por:  Heitor Pitombo

12 de outubro – “Nevermind” recebe o certificado de “disco de ouro”;

25 de outubro - Kurt e Krist gravam uma entrevista para o Headbangers Ball da MTV;

31 de outubro - Nirvana ao vivo no grande Paramount por André Barcinski

2 de novembro – A turnê européia de seis semanas de lançamento de “Nevermind” começa em Bristol, Inglaterra;

Novembro – Enquanto rola a turnê europeia de seis semanas, a Mania Nirvana varre os Estados Unidos. A MTV coloca no ar o vídeo de Smells like teen spirit, é programado constantemente e a canção que é aclamada como um hino para uma geração;

19 de novembro – Rola outro show altamente pirateado em Roma;

27 de novembro - BBC Studios (Top Of The Pops) - Londres, Reino Unido. Era um programa dos Top 10 da rede britânica BBC. A pedido do programa, a banda deveria apenas fazer play-back, mas eles reclamaram. Então, chegaram a um acordo no qual Kurt cantaria e o instrumental seria um playback. Kurt cantou com voz gótica, trocando a letra para "load up on drugs, kill your friends". A banda mostrou nitidamente que não estava tocando os instrumentos, com Krist jogando o baixo para cima, Dave erguendo as baquetas pro alto no solo de bateria e Kurt segurando  as duas mãos no microfone.

Dezembro – O Nirvana faz uma pequena turnê americana de três shows ao lado do Pearl Jam e do  Red Hot Chili Peppers;

"Permanentemente me sinto culpado de várias maneiras. Nossa música, especialmente neste álbum ('Nevermind'), parece tão fraca. Não que eu esteja satisfeito com  a produção, mas o álbum me faz me sentir ofendido em minhas próprias crenças, como um autoproclamado punk rocker que sou. Pra dizer a verdade, há alguns anos eu odiaria nossa banda". (Kurt Cobain, para New Route, dezembro de 1991).

1992

Janeiro – “Nevermind” chega ao 1º lugar entre os álbuns mais vendidos da Billboard;

10 de janeiro – O Nirvana toca nos estúdios da MTV;

Altas tretas no acústico do Nirvana
por Fernando Tucori — Rockwave
Dave Grohl contou que o acústico que o Nirvana gravou para a MTV foi tão tenso que quase causou a separação do grupo. Antes da apresentação da banda, Kurt e Grohl se estranharam quando Kurt pediu para que ele tocasse mais baixo e Grohl se ofereceu para sair da banda. Segundo Grohl, o que salvou a noite foram umas baquetas emprestadas por um produtor da MTV. "A gente levou uma música e o rosto de Kurt se iluminou. Aquelas baquetas salvaram todo o show", disse Grohl. (23 nov. / 2007);

11 de janeiro – A banda faz uma apresentação polêmica  no programa humorístico Saturday Night Live, da NBC, encerram a curta apresentação destruindo o equipamento e se beijando na boca  e, no mesmo dia, “Nevermind” alcança o primeiro lugar nas paradas. Nirvana: Nova York!

Janeiro – “Hormoaning” é lançado na Austrália e no Japão;

24 de janeiro – O grupo começa uma turnê mundial que passa por Austrália, Japão e Havaí.

Fevereiro – É produzido o vídeo para Come as you are.

Sucesso sob suspeita - A Kerrang, revista inglesa especializada em heavy metal, põe Kurt Cobain na capa de sua edição de fevereiro de 1992 e questiona o som do Nirvana. Na reportagem "Smells like... bullshit" - Cheirando como besteira -, o semanário insinua que o sucesso do Nirvana é só fruto de uma confusão do público, atordoado com um som chato e uma filosofia punk de araque. Mais tarde, as acusações da Kerrang iriam se transformar em elogios ao Nirvana a ponto de o grupo merecer uma edição especial. Em dezembro de 1993, Kurt Cobain está mais uma vez ali, com um cigarro na mão e dizendo que largou as drogas pesadas. Robert Halfoun e Inaê Riveras - Bizz Álbum Especial Nirvana.

24 de fevereiro – Kurt Cobain se casa com Courtney Love, líder da banda Hole em Waikiki, Havaí.
Courtney Love se casou em um vestido antigo que pertenceu à atriz Francis Farmer e ele, um pijama;

Abril – O Nirvana aparece na capa da Rolling Stone.
Peitando a Rolling Stone - Em abril de 1992, o Nirvana ganha sua primeira capa na Rolling Stone, uma das revistas mais importantes do mundo. Kurt, adepto da filosofia anti-mainstream, aparece na foto com a camiseta estampando um "Corporative Magazines Still Sucks" - Revistas Corporativas Ainda enchem o Saco - numa provocação direta a Rolling Stone. Na entrevista, Kurt descreve as drogas como uma perda de tempo, mas não prega contra elas. O repórter fala do problema de estômago do cantor e comenta também a aparência esquelética de Kurt Cobain na época. Mais adiante, diz ainda que estava difícil acreditar que aquele era o mesmo cara que destruía guitarras e gritava no palco com tanta violência.
Robert Halfoun e Inaê Riveras - Bizz Álbum Especial Nirvana.

"Fiz (a capa da Rolling Stone) do meu jeito, coloquei numa camiseta palavras ofensivas para que eles parassem de me pedir para posar para a capa da revista. Desde quando nos tornamos famosos, tenho pensado em nós como uma espécie de Cheap Trick ou Knack dos anos 90. Eles tinham o tipo de apelo que os transformaram em bandas cool, um lado comercial e um lado new-wave. É mais ou menos o que acontece com a gente". (Kurt Cobain);

Junho e julho – O Nirvana viaja pela Europa;

22 de junho – Kurt passa mal e desmaia em Belfast devido a problemas com o estômago;

21 de julho – É lançado o single com Lithium junto com um encarte que traz as letras de “Nevermind”;

18 de agosto – Nasce Francis Bean Cobain.
Frances (filha de Kurt e Courtney) não ganhou seu nome em homenagem a Francis Farmer, mas sim em homenagem a um membro dos Vaselines. Kurt disse que pensou no nome antes de lembrar de Farmer;
O nome do meio de Frances (Bean, que significa "feijão") veio da forma que surgiu na sua ultrasonografia. Uma foto da ultrasonografia aparece na capa do single de Lithium, do lado esquerdo;

30 de agosto – O Nirvana toca no Reading Festival;

Setembro – A banda toca Lithium no MTV Music Awards e ainda fatura dois prêmios;

10 de setembro – O grupo toca “No-on-9 Benefit” em Portland;

Novembro – O vídeo de In bloom começa a ser executado na MTV;

"O vídeo (In bloom) pode ser chamado de subversivo, pois algumas pessoas nunca viram homens com roupas femininas e não se sentem bem com esse conceito. Dane-se, não tem nada de subversivo. Não há mais como o rock ser subversivo". (Kurt Cobain, para Melody Maker, dezembro de 1992);

Em In bloom, Cobain cantou sobre os fãs que gostam de suas canções e gostam de cantar junto, mas que “não sabem o que significam”;

Dezembro - O nascimento da herdeira - Em dezembro de 1992, com três meses de vida, Frances Bean, filha de Kurt e Courtney, faz sua primeira aparição na capa da Spin. A reportagem enfoca o lado família de Kurt, comentando a beleza e a robustez da criança e indo contra as notícias publicadas na revista Vanity Fair, que falava da gravidez problemática de Courtney Love - que declarou ter consumido heroína durante a gravidez. Na mesma edição, o Nirvana é destaque de novo, eleito artista do ano. Robert Halfoun e Inaê Riveras - Bizz Álbum Especial Nirvana.

"Courtney foi honesta em dizer que ela estava na heroína, quando descobriu que estava grávida. Então, ela parou com as drogas. Foi simplesmente assim. Porém, aquele artigo na Vanity Fair deu a entender que Courtney tomou heroína até o oitavo mês de gravidez, o que é mentira. Todo dia me cobram sobre aquele bendito artigo na Vanity Fair. Acho que é algo que vai me perseguir até o fim da vida". (Kurt Cobain).

A morte do grunge - O semanário inglês Melody Maker fez a reportagem "Em Casa, com Kurt e Courtney" em dezembro de 1992. A entrevista, realizada no mesmo endereço onde o líder do Nirvana se matou, fala de vários assuntos com o casal. Kurt aparece na foto de abertura com a filha Frances Bean Cobain e veste uma camiseta onde pode-se ler a frase "grunge está morto". Robert Halfoun e Inaê Riveras - Bizz Álbum Especial Nirvana.

"Em 1992, em meio às imensas turnês e devido à falta de tempo para lançar material inédito, a gravadora lança “Incesticide”, uma coletânea de gravações inéditas, lados B, demos ou faixas raras lançadas em coletâneas. Em 1993 é lançado “In Utero”. A banda parecia estar numa encruzilhada. Era praticamente impossível repetir o sucesso de “Nevermind”. Os fãs antigos abominavam a banda que havia se “vendido” para  mídia, enquanto os fãs novos exigiam hits de sucesso como os de “Nevermind”.
Nirvana A última super banda de rock – a mais completa e lustrada biografia do Nirvana – Coleção Biographic Arte – Editora Canaã
“A última super banda de rock” escrito por:  Heitor Pitombo

inutero

  Nirvana | In Utero (1993)

   A história do rock está repleta de discos esmagados pelo peso da expectativa à sua volta. "ln Utero" manteve-se rígido como aço, ainda relevante em nossos dias apesar de ter sido o trabalho que se seguiu ao colossal "Nevermind", o álbum que definiu o grunge na década de 90.

   Kurt Cobain era um reacionário no sentido mais literal. O Nirvana quis usar a produção polida de Nevermind para fugir ao som metálico do seu primeiro álbum, Bleach. Para "In Utero", chamaram o produtor punk Steve Albini. Os fãs e críticos não tinham com o que se preocupar, contudo: o trabalho anterior de Albini com o Breeders e o Pixies acabou se mostrando mais direcionado às paradas de sucesso do que "In Utero".

   Ele não é, em si, um disco punk. A bela Dumb deixa isso bem claro, com um delicado violoncelo e uma letra em que Kurt sente falta de uma vida mais simples. Pennyroyal tea era igualmente comovente e tranqüila, mas a banda também podia dilacerar um ouvinte com a força descomunal da primeira música do álbum, Serve the servants, onde Kurt perdoa o seu pai ausente, ou ainda com a explosiva Tourette’s, excelente para fazer com que os pêlos atrás do seu pescoço fiquem eriçados.

   Contudo, na produção do álbum surgiram algumas complicações. A gravadora Geffen não estava satisfeita com as primeiras versões e chamou o produtor do R.E.M., Scott Litt, para polir algumas arestas. Kurt estava cada vez mais dependente de drogas e os fãs começavam a especular que o cantor parecia estar irritado e talvez desinteressado da banda. Para piorar a situação, a imprensa se intrometia exaustivamente em seu casamento com Courtney Love. Receava-se que "In Utero" nunca fosse lançado.

   Felizmente foi lançado. O disco é considerado um dos trabalhos mais interessantes do Nirvana, assinalando o caminho musical que a banda poderia ter seguido se Kurt ainda estivesse vivo. JK

 

Lista de músicas
01 Serve The Servants (Cobain) 3:36 / 02 Scentless Apprentice (Nirvana) 3:47 / 03 Heart Shaped Box (Cobain) 4:41 / 04 Rape Me (Cobain) 2:49 / 05 Frances Farmer Will Have Her Revenge
On Seattle (Cobain) 4:09 / 06 Dumb (Cobain) 2:32 / 07 Very Ape (Cobain) 1:55 / 08 Milk It (Cobain) 3:54 / 09 Pennyroyal Tea (Cobain) 3:37 / 10 Radio Friendly Unit Shifter (Cobain) 4:51
11 Tourette’s (Cobain) 1:35 / 12 All Apologies (Cobain) 3:50 / 13 Gallons Of Rubbing Alcohol Flow / Through The Strip (Nirvana) 7:33

Selo | Geffen
Produção | Steve Albini • Scott Litt
Projeto gráfico | Kurt Cobain • Robert Fisher
Nacionalidade | EUA
Duração | 69:05

“Queríamos fazer uma homenagem.”
Kurt Cobain, 1992


Editora paga quase US$ 4 mi para publicar notas de Kurt Cobain

da Reuters - Folha de S. Paulo

26 fev. / 2002 - A editora Riverhead, divisão da Penguin Putnam, comprou os direitos de publicação das anotações de Kurt Cobain por quase US$ 4 milhões.

O dinheiro fará parte do espólio do líder do Nirvana e o livro será publicado em novembro.

"Estamos realmente impressionados com o nível de interesse que as pessoas mostraram'', disse uma pessoa associada ao acordo. "A Riverhead fez um bom trabalho ao convencer de que sabe como lidar com algo do gênero.''

Na semana passada, as editoras estavam literalmente fazendo fila para ver os 23 cadernos de anotações, com cerca de 800 páginas no total. Os concorrentes foram obrigados aguardar na rua, em frente ao Edith Wharton Room, centro de Nova York, no Inn at Irving Place. Antes de entrar, recebiam uma breve prévia do agente David Vigliano e então podiam dar uma olhada no material.

As pessoas que viram os diários de Cobain disseram que eles contêm desenhos, letras de música e listas de músicos que influenciaram o menestrel da melancolia. Joni Mitchell aparece em primeiro nos cadernos iniciais, mas depois é desbancada pelas divas da música independente Breeders.

A viúva do artista, Courtney Love, aparentemente nunca leu os cadernos na íntegra e não quis dar sua opinião sobre o projeto. De acordo com a fonte, ela não quer ver o livro antes da publicação.

Love, entretanto, deu ao escritor Charles R. Cross acesso limitado aos diários, parte do material usado em seu livro "Heavier Than Heaven: A Biography of Kurt Cobain'', de 2001.

Os fãs esperam que os diários lancem uma luz na existência sombria do cantor e, mais importante, dêem uma pista sobre a causa de seu suicídio em 1994, aos 27 anos.


 
05921_132628_Nirvana281  Nirvana documentary 'brings Kurt to life'
   Film tells Cobain's story - in his own words.

   28 dez. / 2005 - A new Nirvana documentary is in the making - one which will be narrated by Kurt Cobain himself.

   Film makers were in the singer's home town of Aberdeen, Washington recently to start work on a documentary about Cobain.

   However in a unique twist the singer himself will narrate the film, with producers using more than 25 hours of interview tapes recorded by journalist Michael Azerrad between December 1992 and March 1993.

   Azerrad is most famous for his Nirvana biography 'Come As You Are', which is regarded as one of the most authoratitive books on the band.

   "The film is based on a series of interviews that Michael Azerrad conducted with Kurt while researching the book. There are more than 25 hours of these audio interviews in all, none of which have been heard before by anyone," director AJ Schnack told NME.COM.

"I worked with Michael to cull an approximately 95-minute audio track from these interviews. While I'm not sure that 'narrated' is exactly the right word, you will be listening in on conversations between Kurt and Michael, with Kurt telling his life story for that book. There are no additional interviews with other figures from Kurt's life, just Kurt speaking, with an occasional question or comment from Michael."

The other members of Nirvana are not involved with the currently untitled film, which is set to be screened at various film festivals next autumn.

Schnack added: "It pretty much covers his whole life leading-up to the interviews with the emphasis being more on him and his general take on things rather than on general band developments. We're not using any archival footage at all. The music will focus on bands that influenced Kurt during the various stages of his life. It's unclear what part, if any, Nirvana music may play in the finished film."

© IPC MEDIA 1996-2005, All rights reserved

Nova biografia do Nirvana traz 600 páginas sobre a banda de Kurt Cobain
g1.globo.com - Benjamin Kunkel Do New York Times

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   Nirvana - A biografia foi escrita pelo jornalista Everett True.
   Obra destaca o lado político e feminista do líder da banda.

   13 mai. / 2007 - Até receber a tarefa de fazer a crítica do livro Nirvana de Everett True, fazia alguns anos que eu não escutava muito a banda.       Nesse aspecto, imagino que eu seja como a maioria das pessoas que como eu tinham 20 e poucos anos quando o vocalista, compositor e guitarrista do Nirvana, Kurt Cobain, morreu em abril de 1994, cerca de dois anos e meio após o lançamento de Nevermind.

   Houve tanto sensacionalismo – palavra inevitável – em torno do Nirvana e o seu fim que posteriormente a música parecia, de alguma forma, encoberta pela publicidade que o fato gerou. Tornou-se algo quase constrangedor escutar no quarto a voz estranhamente sedutora e sarcástica de Cobain, quando jornalistas a definiram como a voz de nossa geração.

   Como escutar hinos do início dos anos 1990 durante o final da década 2000? Qual a sensação de ouvir "Smells like teen spirit" quando você tem 30 e tantos anos, algo que Kurt Cobain, morto aos 27, obviamente jamais saberá?

   Talvez você espere que True se envolva nessas questões e avalie de modo convincente a música e o legado da banda. Afinal de contas, este não é o primeiro livro a contar a história do surgimento do Nirvana "das entranhas de uma tacanha cidade madeireira chamada Aberdeen, WA", como Cobain a descreve em um texto que acompanhava o primeiro single da então desconhecida banda, e do feito do grupo (citando o mesmo documento de falsa pompa) levando-o ao "sucesso, fama e subsequentes milhões".

   O livro de Michael Azerrad Come as you are, publicado [só no exterior] em 1993 e escrito em cooperação com o Nirvana, apresenta impressões íntimas de Cobain e seus companheiros de banda, Dave Grohl e Krist Novoselic, ainda que corte os bastidores e minimize o problema com heroína de Cobain.

   Outra importante obra da sessão nirvanologia é o livro Mais pesado que o céu [2001, lançado no Brasil pela editora Globo], de autoria de Charles R. Cross, uma biografia de Cobain criteriosa e bem escrita, porém frustrada pela complacência do autor com a versão de Courtney Love sobre os eventos e uma reconstrução fictícia das últimas horas de Cobain.

   True poderia ter desenvolvido sua obra a partir do trabalho de seus predecessores e destilado informações reveladoras de sua própria experiência como o jornalista que talvez tenha passado mais tempo com a banda.

   Contudo, para uma obra anunciada como a biografia definitiva da banda, Nirvana é uma produção estranhamente periférica e incompleta. Os golpes fortes, constantes e vibrantes da bateria de Grohl e os riffs provocantes e insinuantes de Novoselic eram tão importantes para o som do Nirvana quanto os "gritos sensacionais" de Cobain, como definiu o primeiro produtor da banda.

No entanto, nem Grohl nem Novoselic concordaram em conceder entrevistas, e True havia rompido com sua antiga amiga Courtney Love, atriz, cantora e celebridade provocadora com quem Cobain se casou em 1992.

"Olá, somos fenômenos de vendagem de rock de um grande selo", anunciou Cobain em 91

O livro Nirvana consiste em grande parte de trechos longos, aparentemente não editados, de entrevistas com coadjuvantes da história da banda, e True mal se esforça para julgar pontos de vista conflitantes, para assim tentar relativizar a importância de diferentes acontecimentos ou até para definir se o Nirvana realmente merece o tratamento especial de uma biografia de 600 e poucas páginas. "Por que uma banda seria favorecida em detrimento de outra?", ele pergunta.

É outro mistério também por que True favorece algumas considerações factuais em detrimento de outras. "A primeira ocorrência de uma guitarra completamente despedaçada, como todos concordam, ocorreu no Evergreen State College em 30 de outubro", em seu julgamento inexpressivo de historiador. Outros assuntos, obviamente mais importantes, não o interessam. Ele reproduz, aparentemente na íntegra, longos artigos que escrevera para a revista britânica “Melody Maker”, mas não vai além de citar o bilhete suicida de Cobain.

E então fica a dúvida, desconfortavelmente difícil de ignorar: se Cobain de fato escreveu um bilhete suicida ou um esboço de uma carta de despedida para os fãs (o Nirvana estava prestes a anunciar sua ruptura) posteriormente adulterado por outro punho.

O livro Love & Death (2005) de Max Wallace e Ian Halperin é uma acareação inquietadora de provas circunstanciais que sugerem que Cobain foi assassinado, e True poderia pelo menos ter considerado as dúvidas que ainda pairam acerca do mais famoso suicídio do rock 'n' roll.

Lado bom

O único importante mérito do livro de True está em sua cuidadosa atenção à política musical, sobretudo ao relacionamento ambivalente de Cobain com o caráter rigorosamente anticomercial, do tipo faça você mesmo, que ele descobriu entre os músicos de Olympia, Washington, onde morou por muitos anos.

"Olá, somos fenômenos de vendagem de rock de um grande selo", anunciou Cobain para uma multidão no início de 1991, pouco depois de a banda assinar contrato com a David Geffen Company; e o Nirvana jamais conseguiu decidir se o seu sucesso contava como vitória ou apaziguamento.

O que True mais valoriza no Nirvana parece ser a sua política sexual feminista e tolerante, rara em uma banda que tanto deveu ao heavy metal. Cobain e Novoselic se beijaram no programa Saturday Night Live (cena cortada pela “NBC” das retransmissões do programa), e Cobain nunca demonstrou timidez em entrevistas para expressar sua admiração pelas mulheres. Isso introduziu algo de novo ao mundo dos ruidosos riffs de Black Sabbath, quando ele usou um vestido de baile para o programa Headbangers Ball da “MTV” – afinal de contas, ele explicou sem hesitar, era um baile.

Mas mesmo assim a força da música do Nirvana pouco teve a ver com promessa de, nas palavras de True, um rock 'n' roll "com nuances mais femininas, e menos machistas". Como um político erótico (na memorável definição de estrela do rock de Jim Morrison), Kurt Cobain acreditava no bom relacionamento entre homens e mulheres. Como compositor, preocupava-se mais com a dificuldade de manter um bom relacionamento consigo mesmo.

nir vana

Nirvana - A biografia 
Autor: Everett True
Ilustrado. 636 páginas. Da Capo Press. US$ 19,95


A época de vacas magras do Nirvana
por Fernando Tucori - Rockwave

9 nov. / 2007 - Como qualquer outra banda que um dia tentou sair da garagem e alcançar o sucesso, o Nirvana passou perrengue. Recentemente, Dave Grohl lembrou dessa época difícil em uma entrevista para a revista norte-america Esquire. "Quando eu penso sobre o Nirvana, penso em Krist, Kurt e eu. Penso na gente dirigindo uma van que vazava combustível no meio de tempestades de neve no Canadá. A gente fedia gasolina como se trabalhasse em um posto. Eu penso em quando a gente vendeu equipamento pra comprar comida. Eu não penso em discos mais vendidos da semana. Penso nisso como penso nas coisas que rolaram em cada banda em que estive, embora tenha sido esta que tenha tocado mais as pessoas. Mesmo assim, eu não uso isso como uma medalha. Para os que estão começando agora: vocês estão se dirigindo à decepção. Quando você supera, isso passa a ficar ali, sentadinho no seu ombro. Eu estive em uma banda colossal em certo ponto de minha vida e não consigo acreditar que isso aconteceu comigo, mas eu não vou ficar vivendo do passado", disse ele.

Novoselic: "Kurt não fedia não!"
por Fernando Tucori — Rockwave

9 nov. / 2007 - O ex-baixista do Nirvana, Krist Novoselic, em uma declaração publicada no blog do jornal Seattle Weekly, falou um pouco sobre Smells Like Teen Spirit. Seu texto saiu publicado com o título de "Smells Like (Put Word Here) Spirit" e, com ele, Krist contou sua versão a respeito do mito em torno da música. "Kathleen Hannah (do Bikini Kills) escreveu 'Kurt Smells Like Teen Spirit' na parede do apartamento de Kust. Lembro de ter olhado praquilo e ter pensado, 'isso que dá ficar bebendo esse vinho tinto barato'. Não sei porque ela escreveu aquilo, mas eu tenho certeza que Kurt não tinha nenhum problema de cheiro. Mesmo que sua casa estivesse uma bagunça, ele sempre tomou cuidado com sua higiene. Era uma pessoa que ia submergir em banho, noite após noite, só ouvindo Beatles", disse ele.

"Eu não faço um monte de entrevistas sobre o Nirvana. Eu poderia fazer um documentário de entrevistas sobre a banda todos os dias, para sempre. Bem ou mal, a revolução digital é o grande nivelador. Você não precisa do volume de conhecimento no que diz respeito a ajustar velocidades, condições de luz pra estocar filmes ou outras coisas caras que você tinha que fazer com celulóide", disse ele. No ano passado, Krist mergulhou de cabeça na política e escreveu um manifesto chamado "Sobre Grunge & Governo: Vamos Consertar Esta Democracia Quebrada".

 Viúva de Kurt Cobain quer Scarlett Johansson em seu papel no cinema

jan. / 2008
Courtney

   'Nevermind' (Deluxe Edition), Nirvana
Davide Pinheiro 

   27 set. / 2011 - Porque é que Nevermind continua a ser um marco na história do rock? Oito razões que defendem uma reedição de luxo.

   1. Continua a soar incrivelmente fresco. Se os Arctic Monkeys vivessem num subúrbio americano, preenchido por tempos mortos, e Alex Turner fosse um grande escritor de canções - a banda sonora de «Submarine» confirma que não -, provavelmente não andariam muito longe daqui. A passagem recente pelo estúdio onde foi captada a bateria de Dave Grohl indicia ter sido esse o alvo procurado.

   2. Vinte anos, depois a história do rock pouco engrossou as fileiras. Da mesma geração, sobram Pearl Jam, Rage Against the Machine, Smashing Pumpkins mas sem a relevância da época. Dez anos depois de «Nevermind», revelaram-se Strokes, White Stripes, Queens of the Age e, mais tarde, Interpol, Franz Ferdinand, Kings of Leon, Arcade Fire e The National. Todos importantes no seu tempo mas incapazes de manter a chama acesa por muito tempo. Os melhores e mais parecidos foram mesmo os Arctic Monkeys. Pois...

   3. Reduzir os Nirvana a banda grunge é como agrupar todos os vinhos portugueses numa só marca, esquecendo que há brancos, tintos, rosé, generosos...Por comparação, as canções de «Ten» soam datadas, apesar da importância que assumiram ao longo do tempo. As de Nevermind são intemporais.

   4. Os anos 90 estão de volta e só por preconceito se pode ignorar que há um novo processo revivalista em curso. Mergulhar nas memórias só é um perigo se o presente for ignorado. E quando canções como Smells like teen spirit simbolizam um tempo, a probabilidade de isso acontecer é maior.

   5. Os Nirvana decantaram um som que vinha de uma cidade em que ter uma banda se tornava uma opção de vida. Para trás, havia Mudhoney e Black Flag mas não nos podemos esquecer dos Pixies, Por outro lado, a escrita de Kurt Cobain tinha um cunho europeu muito próximo das canções dos Beatles.

   6. A raiva que «Nevermind» transpira pode ser um farol para quem quer sublimar a revolta em vez de agir gratuitamente. O universo não podia ser mais antagónico mas a dureza do discurso de Tyler, The Creator tem pontos de contacto com as palavras cuspidas por Kurt Cobain. Uma prova de universalidade e resistência.

7. Em 1991, ser um loser era mais difícil do que hoje. Por isso, ficou demonstrado que para se chegar a muita gente não é necessário ceder nas intenções. Kurt Cobain e os Nirvana personificaram o endeusamento da diferença. E todos os repetentes de Matemática ficaram felizes.

8. Mais que todas as outras razões, as canções de «Nevermind» são realmente boas. Ligadas à electricidade ou despidas de corrente - o «Unplugged» facilita esta leitura. E esta reedição não é um simples aproveitamento nostálgico; os extras justificam um mergulho numa memória que não cheira a mofo.

Nirvana
«Nevermind (Deluxe Edition)»
Geffen/Universal

http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/news.asp?id_news=43226 / This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it. 

 

 

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