EZEQUIEL NEVES, PAPA DO COLUNISMO ROCKER TUPINIQUIM (2010)

Retomei meu contato com o Ezequiel há cerca de dois anos, depois de ficarmos sem nos falar desde o fechamento do jornal Rolling Stone há mais de 30 anos. Ele já estava doente e com relutância atendeu ao meu pedido pra dar uma entrevista para o documentário "Rolou !" do cineasta Sergio de Carvalho (ainda inédito) sobre a nossa aventura de imprensa setentista.

Eu não estive presente, mas o Sérgio me contou que na hora, o Zeca deu uma empacada e disse que só falaria em áudio sem que a câmera fosse ligada. Ele tinha problemas com a sua imagem e não queria aparecer.

Esse problema foi se agravando ao ponto dele se afastar dos amigos e não querer receber pessoas na sua casa na Ladeira St. Romain, em frente ao Morro do Pavãozinho, em Copacabana, no mesmo prédio onde eu havia morado por volta de 1977. Apartamento presenteado, ele me disse por telefone, pelo Cazuza. na entrevista ele revelou (pra minha surpresa absoluta) que "o Joel Macedo era o melhor texto do jornal mas não fez carreira na imprensa porque era muito instável".

Mesmo debilitado, Zeca concordou em me receber no seu apê em março de 2009 quando soube do meu livro "Albatroz". Quis que eu levasse um exemplar autografado pra ele. Foi um encontro breve, de velhos camaradas e jornalistas que trabalharam juntos na Rolling Stone, em 1972, mas que se viam também fora do jornal, ou no Baixo Leblon ou na casa do próprio Zeca na Farme de Amoedo (próximo ao Pier de Ipanema) em torno das últimas novidades roqueiras. Depois ele me ligou dizendo que tava gostando do "Albatroz" ique deve ter sido um dos últimos livros que ele leu em sua vida, pois meses depois me informou também por telefone que sua vista não lhe permitia ler mais nada.

Tentei ao máximo que ele participasse comigo e com o Maciel de uma Mesa-Redonda em torno dos 40 anos de Woodstock no Espaço Néctar, aqui no Rio. Ele até me deu esperança, mas na medida em que a data se aproximava e eu ligava para confirmarmnos a sua ida, ele começou a fugir e a mandar dizer que não estava. Teria sido uma maneira de homenagear esse fã enlouquecido dos Stones e do David Bowie, e um dos maiores jornalistas de Rock que eu conheci. Sua coluna "Toque" na página 2 da Rolling Stone que valeu a pena foi um marco no jornalismo contracultural brasileiro. É o que posso dizer do grande Zeca Jagger.

escrito por: Joel Macedo (RJ)

 ) 

TigresDaNoite1971
"O 'Zeca Jagger', como gostava de ser chamado nos anos setenta, foi o maior crítico de rock do Brasil e adorava o Pink Floyd. Tive a honra e o prazer de dividir o palco com ele em 1971 quando éramos os Tigres da Noite e ele cantava seu amado rock'n'roll". Long live! EZEQUIEL NEVES! (Zé Brasil).

Um pessoa polêmica
por Antonio Celso Barbieri

"Lamento que o Ezequiel Neves tenha morrido mas, para mim,  ele foi o Chacrinha dos reporteres do Rock Brasileiro. A figura dele era muito cômica. Eu queria seriedade no rock'n'roll e ele vinha com palhaçada. Ele foi o precursor de tipos como o Kid Vinil. Tipos cuja personalidade está acima da qualidade do trabalho. Eu guardo ainda hoje o termo que Ezequiel usava para definir o som progressivo de bandas como Yes. Ele chamava este tipo de música: "Som Bolo de Noiva". Era o tempo da verdadeira e única Revista Rolling Stone brasileria. De qualquer forma eu preferia ler a Ana Maria Bahiana. Bom, neste período informação sobre rock era escassa e nós fomos obrigados à engolir e agradecer pelo que este povo fez.

Como ele era jornalista e o Oswaldo da banda Made in Brazil era uma rapoza velha, convidou ele para fazer backing vocal na banda. O cara não cantava nada, patético, o Serguei teria sido 10 vezes melhor (E olha que o Serguey é ruim demais). Para mim foi uma coisa vergonhosa e obvia. Aliás como você mesmo disse, ele gostava de ser chamado de "Zeca Jagger" e não "Zeca Floyd". Nunca soube que ele gostasse de Pink Floyd. Que eu saiba ele era fanático pelos Rolling Stones.

 Deixa pra lá

por Mário Pacheco

Por muito tempo, o 'Incrível Ezequiel Homem das Neves'  foi o meu "Hunter S. Thompson". Se você esmurrasse a porta de seu apartamento, delicadamente Ezequiel Neves abriria a porta  e diria: "Estou bem no meio de uma foda. Poderia voltar depois"? 

Ator de teatro e cinema, crítico da Folha da Tarde, e da revista "Rock, a História e a Glória". Na sua frente só havia Rolling Stones e microfones desligados quando bancava a corista de rock com o Made in Brazil. Numa entrevista numa revista meio "Trip"  ele confessou seus excessos carnais e,  muitos amigos  da contracultura torceram o nariz. Em abril de 2008, lí n'o Globo que um convite para assistir ao documentário "Shine A Light" (dos Rolling Stones produzido por Scorsese) o tirou de casa.

Briga de titias
Dou gargalhadas, quando me lembro da briga entre Ezequiel Neves e a Rita pelo Roberto Carlos.
Como beatlemaníaco eu odiava Ezequiel Neves! E como fã do rock nacional eu também o odiava pela falta de cerimônia com que batia nos grupos brasileiros principalmente nos Mutantes. Mas havia nele um carisma que dizia deixa pra lá...

Morre Ezequiel Neves, produtor musical que ajudou a revelar Cazuza

O cantor também morreu nesta mesma data, há 20 anos.
Produtor estava doente havia cinco anos, com um tumor no cérebro.

Do G1

Morreu na tarde desta quarta-feira (7 JULHO 2010), na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio, o produtor musical e jornalista Ezequiel Neves. Segundo a assessoria de imprensa da clínica, Ezequiel, de 74 anos, estava internado desde o dia 22 de janeiro para tratamento de um tumor no cérebro. Ainda segundo a clínica, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Conhecido também como Zeca Jagger, o jornalista foi amigo e um dos responsáveis por lançar a carreira musical da banda carioca Barão Vermelho e, posteriormente, do cantor Cazuza. Neves também trabalhou com a cantora Cássia Eller.

Foi com o músico que compôs sucessos em parceria, como "Exagerado", que teve a participação de Leoni, e "Codinome beija-flor", que contou também com Reinaldo Arias. Cazuza também faleceu nesta mesma data, há 20 anos.

Luiz Pissurno, que trabalhava como secretário de Ezequiel desde 2008, destacou a ajuda do músico Roberto Frejat, cantor, guitarrista e líder do Barão Vermelho, durante o período em que Ezequiel esteve doente.

"Agradeço muito a esta pessoa iluminada. Ele esteve ao lado de Ezequiel Neves nos piores momentos. Se não fosse o Frejat, teria sido muito pior", destacou Pissurnuo, acrescentando que o jornalista havia descoberto o tumor há cinco anos.

Para João Barone, baterista da banda carioca Os Paralamas do Sucesso, Ezequiel era uma pessoa muito querida por todos no meio musical.

"Ele talvez seja o cara que contradiga aquela máxima de viver apenas 'dez anos a mil'. Ele viveu mil anos a mil. Era uma pessoa muito doce, uma figura importantíssima na cena musical e cultural, principalmente. Acho que agora ele vai descansar, mas um momento como este não deixa de ser dramático. Ele foi se encontrar com Cazuza nesse aniversário de 20 anos de morte do cantor", lamentou.

O baterista Charles Gavin lembrou com alegria do produtor, a quem qualificou como "uma pessoa muito especial".

"A gente perdeu uma pessoa muito importante dentro do contexto cultural brasileiro. Fico realmente muito triste. O que eu mais gosta nele era irreverência e o espírito provocativo, que está se tornando cada vez mais raro hoje em dia. Era uma pessoa necessária", disse Gavin.

Ligação com as artes
Neves trabalhou em uma biblioteca, foi ator, jornalista musical, produtor e empresário. Também admitia ter vivido no extremo, consumindo drogas de vários tipos. Como jornalista, assinou com vários pseudônimos, além do próprio nome: Zeca Jagger, Zeca Zimmerman, em homenagem a Mick Jagger e Bob Dylan, respectivamente, e Angela Dust, que era o nome de uma droga sintética da época.

Ele contou em uma entrevista para o jornal “O Globo” de 2008 que começou a carreira de produtor com uma banda paulista chamada “Made in Brazil”, em 1975. Em 1979, foi para a gravadora Som Livre, a pedido do produtor Guto Graça Melo, onde trabalhou com cantores como Elizeth Cardoso e Cauby Peixoto. Logo em seguida ele saiu da gravadora, mas voltou, quando trabalhou com o Barão Vermelho. Na entrevista para “O Globo”, ele declarou:

“Em 1982 a Som Livre me contratou de novo. E caiu na minha mão — caiu não, eu roubei do Leonardo Neto (hoje empresário de Marisa Monte e Adriana Calcanhotto) — a fita do Barão Vermelho. O Leo e o Nelsinho (Motta) iam fazer uma coletânea. Mas depois de ouvir a fita do Barão eu disse: ‘Isso é um disco inteiro. O grupo é ótimo, é diferente.’ Eles tocavam rock de verdade. Era uma coisa muito violenta. E o texto do Cazuza, nunca ninguém tinha escrito daquela forma. Só que ele era filho do dono da empresa... A própria Rita Lee dizia: ‘O Ezequiel deu o golpe do baú, foi inventar que o filho do dono da empresa é cantor e compositor.’ Mas eu tava fazendo escândalo porque adorava!”

Obituários (espero não escrever o seu...)

Morre fotógrafo inglês que capturou o espírito dos anos 60
DA EFE, EM LONDRES


5 JUN. / 2010 - O fotógrafo britânico Brian Duffy, cujas imagens capturaram o espírito dos anos 60, morreu aos 76 anos, segundo informou neste sábado (5) a "BBC".
Duffy sofria algum tempo de uma doença pulmonar.

Em 1979, o nome de Duffy ganhou o mundo ao queimar parte de seu trabalho em uma fábrica de celulose.
Antes de se dedicar a fotografia, o artista estudou desenho para ficar mais perto das meninas bonitas.
Ele foi um dos poucos fotógrafos a fazer dois calendários Pirelli e em seu círculo era conhecido pelo mau humor.

Editorial de um 'Nicolau' perdido

Riocorrente grafa, serpenteia, ondula, entrepedras, caminhos, descaminhos, rota nova em direção da foz. Eis a graça da palavra, eis o rito alquímico do carvão, de novo, e uma vez, aspirando ao brilho final de sua eternidade. Que de chuvas e do tempo paciente sobre o musgo, lavrando do seixo o seu desenho exato? Eis a graça da palavra e o rumor dos dias, eis o sempre céu, agora outono, e aqui nós e a nossa música insistente, nossos sons cravados de silêncios, grito íntimo que só vós decifra o jogo mágico do ler. Riocorrente , velhos novos papéis e a ânsia de sonhqr que no sonho, mais que a frágil seda de sua existência breve, é assim como o arabesco na asa da borboleta - fugas -, mas com a determinação feroz do que, vencendo a solidão do minuto, pode que encerre dois mil anos num segundo. Tá aí o Editorial do  
Wilson Bueno - escritor   (Nascimento: 13 de março de 1949, Jaguapitã, Paraná. Falecimento: 31 de maio de 2010, Curitiba, Paraná)

- que saiu na 'NICOLAU' nº52 em abril de 1994 - o texto fala por si...

Kazuo Ohno - dançarino

Louise Bourgeois - escultora



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