Entre Causos e Canções: A Jornada de Jean Garfunkel (2025)
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Marizan Fontinele & Jean Garfunkel & Mário Pazcheco
Jean Garfunkel em show na Casa da Cultura Brasília!
Participações:
Márcia Tauil
Glauco Luz
Roberto Mendes
"Uma inteligência musical vibrante de @jeangarfunkel e a beleza da alma soprada por @pratinhasaraiva me envolvem nesta canção do Jean: 'Por Toda Vida!" (Márcia Tauil)
Produção de Ruy Godinho
Apoio:
Marizan Fontinele Produções
Guia Musical de Brasília
Casa da Cultura de Brasília
17 de Maio de 2025
Jean Garfunkel é compositor, cantor e violonista com raízes fincadas na música popular brasileira e na tradição paulista. Ao chegar para o show, o público já é recebido pelo próprio artista na porta, com abraços calorosos e um sorriso aberto — um gesto de acolhimento que antecipa a atmosfera afetuosa da apresentação.
O espetáculo começa com tributos tocantes a figuras emblemáticas da cultura caipira e da música de raiz: Mazzaropi, Jeca Tatu e Inezita Barroso. Entre uma canção e outra, Jean engata longos causos com sua memória prodigiosa, conduzindo o público por histórias vivas e cheias de humor, lirismo e brasilidade.
Há mais de quarenta anos, ele sobe ao palco ao lado de Pratinha Saraiva, multi-instrumentista de rara sensibilidade. “Não é o Pratinha quem gosta da música — é a música que gosta do Pratinha”, diz Jean, em uma homenagem que sintetiza a cumplicidade artística entre os dois.
Durante o show, Jean compartilha momentos marcantes de sua trajetória. Fala com carinho da admiração por Elis Regina, que chegou a gravar "Afufe o Fole" — parceria com Fran Papaterra —, mas a canção acabou engavetada pela gravadora. Sem se render, Jean levou a música ao festival MPB Shell de 1981, onde defendeu a composição com voz própria e chegou às finais.
Ele relembra, com franqueza, o desconforto que sentiu ao assinar seu primeiro contrato com a EMI-Odeon, que o inscrevia automaticamente em festivais e programas de televisão, numa lógica industrial que pouco dialogava com sua busca por autenticidade e compromisso com a arte.
Jean também passou por palcos populares da grande mídia, como o programa do Chacrinha e o Fantástico. Mas é nos palcos intimistas, de madeira e memória, que sua música respira com mais liberdade — e liberdade, para ele, é palavra essencial. Seus shows têm um claro posicionamento político, resgatando a coragem de uma época em que a MPB ousava enfrentar o silêncio imposto pela repressão. Ao relembrar os horrores de 60 anos atrás, Jean reafirma que a liberdade, apesar de frágil, é vital.
E há ainda outro fio condutor em sua obra: a ecologia. Suas canções são gritos de fé na humanidade e na natureza, afirmando em verso e melodia que, com poesia e consciência, venceremos.