TEVE SORVETE FARTO PARA TODOS!

Fotos de Marizan Fontinele

Octagenário, o baterista Nelson Ribeiro perdeu a conta dos bisnetos. De pai para filho, para netos e bisnetos, o ofício da bateria passa de geração em geração

15 de novembro / 2022 - Um giro nos trouxe à Ceilândia para adentrar em mais um longevo nicho musical de Brasília. Ao estacionar o carro, já dava para se ouvir a bateria. O som da bateria comportada era limpo, porém com muita massa sonora.

No humilde palco de tabletes coberto por folhas de eucatex, no banquinho da bateria mandando bala, estava Nelsinho, um senhor de boa 'vibe' acostumado a receber caras novas em sua residência.

Nelson Ribeiro é morador da Ceilândia, desde a sua fundação e neste ano, após a pandemia, ele voltou a reunir uma maravilhosa plêiade de músicos para a baita festança em show memorável.

Especiais são as pessoas simples que são amadas sem restrições, foi o que captei naquele ambiente. Nos sentimos integrando parte da admirável família da música de Brasilia.
O violonista Bezerra, um dos amigos mais longevos de Nelsinho, lembrou dos tempos da Vila Tenório, IAPI, Morro do Urubu e das malocas perigosas. Todos partiam dali. Mas depois da remoção. Vieram todos pra'qui. Pra Ceilândia. Também recordou de quando juntos desciam da administração para as suas casas.

Uma das maiores alegrias de Nelsinho da Bateria, foi ter sido aposentado como "Músico". Outra alegria mais recente, foi não ter contraído a covid-19.

Em seu currículo, pesa os 14 anos de trabalho como músico na Boate Tendinha do Hotel Nacional, outrora ícone da hospedagem no DF.

Entraram para a história musical da capital, as apresentações de Os Veteranos: Daniel Júnior no contrabaixo revezando no violão; Zareth na guitarra e Nelsinho na bateria. No Núcleo Bandeirante em 1964, Nelsinho da Bateria era pandeirista! 

Nelsinho da Bateria vive a utopia da longevidade e quem sabe, ele chegue ao centenário e tocando alto! Sua grande família amorosa é outro sonho!

"O maior exemplo de profissional que já conheci nesse meu tempo todo de música." (Celia Rabelo)

Na ponta esquerda, Ademir Júnior no sax, ao centro, Nelson Ribeiro na bateria e na direita, nos teclados José Cabrera 

Na gostosa tarde de terça-feira, a curta apresentação de Zambinha, contrabaixo; Erivelto Silva, bateria, (filho de Nelsinho da Bateria); Celia Rabelo com Jaime Ernest Dias prendeu a atenção: É escusado sonhar que se bebe; quando a sede aperta, é preciso acordar para beber

Eliane (filha do seu Nelsinho) preparou a tradicional e deliciosa farofada, além do café e do bolo de aniversário. Outra sobremesa, foi o dominó na casa do adversário, no jogo equilibrado não passamos vergonha