A BATERIA FRANKEISTEIN DO CONRADO

 

Bateria Frankeinstein?
[Modificações e transformações conduzidas por  você  mesmo!]
por Conrado Marimon Álvares

conrado
123 12 12 123 1234 123 12 12 123 (9/8) prog

29 nov. / 2016 - Brasília - Em meados de agosto de 2002 adquiri a segunda bateria da minha vida, um presente da família, uma Trigger prateada, instrumento de 2ª linha da Michael acompanhada por um chimbal 14’ da Werril, devido a antecedentes de agressividade não pude lá exigir demais, tendo em vista que aos 16 anos acabei por destroçar uma bateria Yamaha, que fora o meu primeiro kit e que, não suportou os compassos de punk-roque de um adolescente, verdadeiramente, marreteiro. 

Após esse destrutivo episódio,  fiquei  por muito tempo sem instrumento por causa do trauma e da vergonha, que tinha da família, optei por esperar bastante tempo mesmo, antes de ousar pedir novamente outra bateria.

Durante esse quase-jejum rítmico, ainda brincava com as maracás e demais tambores de samba de meu pai, acompanhava  ele nos churrascos com os amigos, tocando basicamente, tango, bolero, samba-canção e marcha rancho. Do que nunca me envergonhei por crer ser um aprendizado útil e válido. O que constatei ser uma verdade com o passar dos anos.

No final de 1994, tive a enorme oportunidade de participar de uma oficina de tambores cubanos do percussionista brasileiro Leo Lobos, que viveu por muitos anos naquele país e domina os ritmos deste. Para ser sincero, ao me deparar com a clave de 8 tempos cubana com dois tempos deslocados um em atraso de um tempo e outro adiantado, (clave da Salsa), fiquei  perdido, eu sequer usava atraso de caixa do rock, jamais ouvira falar em ponto de aumento no bumbo, ou de diminuição, apesar de ter tocado baião de ouvido. Aqueles conhecimentos percussivos que eu somente viria a desenvolver nos anos de 2008 em diante ficaram armazenados e latentes por mais de 6 anos na minha embasbacada recordação.

Eis que por volta de 2009 resolvi retornar a estudar bateria, pesquisa daqui e de lá  para achar um bom curso, me lembrei da Bateras Beat da Asa Sul, e que ali comecei novamente a ler os compassos na partitura, a treinar fortemente nos pads de borracha, e acabei por desenvolver um toque duplo razoavelmente preciso e veloz, rudimento que tenho até hoje como uns dos meus melhores , eu confesso que na época era fraco nos paradidles e sequer sonhava com "rulo de pressão". Porém obtive boa aptidão nas marcações de tempo fraco (condução), de batidas de rock 7/8, o que me propiciou aprender a utilizar os atrasos na caixa, mesmo em compassos  4/4. Isso tudo se deu em treinos com bateria da própria Academia Bateras Beat, uma vez que, não possuía uma na época.

Em 2010 iniciei de maneira autodidata uma recapitulação das técnicas de tambores cubanos, uma vez que agora eu tinha uma conga e um quinto e poderia treinar firme. Para tanto adquiri o método em DVD  do mestre Quesada, muito célebre em Brasília, dentre outros tantos materiais escritos e vídeos esparsos no Youtube, é bem verdade que ate hoje em dia, ainda  não sei aplicar o tapa cubano.

Após tantas digressões e o relato da minha breve trajetória enquanto baterista/ percussionista amador, voltemos ao tópico a Batera Frankeinstein? Modificações e transformação, faça você mesmo!

Eu depois de passado alguns anos tive a cara de pau de pedir de aniversario a bateria que até hoje possuo. Sim, ainda está inteira, (aprimorei a técnica, acento/velocidade/ força) contudo foi transformada, mas não devido à depredações e sucessivos reparos, mas sim ao famigerado metal com que fabricaram a canoas desta. O maldito e tão oxidável antimônio, um bela porcaria!

Até hoje me pergunto como um fabricante coloca em risco sua reputação, cometendo um erro crasso como esse. As canoas fixam as peles, não é? E em pele frouxa demais não sai som. Bom, pra explicar com clareza, com seis meses de uso do instrumento, a canoas despencava dos cascos dos tambores da bateria que por milagre eram de mate.

Diante desse prejuízo e do impasse de não poder usar a bateria eu tinha basicamente três opções, vender a bateria a preço baixo, e com o dinheiro tentar comprar outra bem usada; processar o fabricante e exigir um instrumento novo ou a pior medida e a mais custosa... modificar a furação nos cascos e substituir  as canoas por modelos de dois pontos. Sim...  foi o caminho.

E se a furação nova for totalmente diferente quanto à distância entre os buracos do encaixe das canoas? Como Proceder? Era essa a dúvida! Foi o que aconteceu com minha bateria.  Até que compradas as canoa de alumínio de dois pontos, resolvi  passar a mão na furadeira, e alterar as furações dos cascos dos tambores. Foram 32 furos no bumbo mais 24 na caixa e outras duas dúzias em cada tom, e no surdo. Aproveitei a ocasião e coloquei pés de cordão de samba no surdo.

E os furos originais? Ah! Embuchei com cola de taco e muito palito e fósforo, cortei os palitos rentes aos cascos e lixei as regiões de leve  e já que estava com a mão na massa, substitui o revestimento prateado da bateria por papel contas mármore branco sobreposto por contato  transparente.  E quanto as peles?  As substitui por duplo-filmadas da Michael, também troquei o chimbal  da Werril de 14’  por um Opus 16’ de fanfarra (com  tick mais grave e chiado mais longo) , acrescentei dois cowbells , um médio e um agudo da Addah . Posteriormente  comprei  pratos da Orion e da Cctagon. Eram de 21’ de condução da Octagon; crash de 16’ da Orion e um splash de 10’ da mesma marca.

No que diz respeito a afinação aprecio as peles de retorno um pouquinho mais tensas que as de ataque de modo que a bateria cante fácil e alto.  Afino as peles de ouvido mesmo, desconheço como  afiná-las de acordo com a timbragem dos cascos. Mas reconheço que essa é a afinação tecnicamente ideal.  Mas gosto é algo extremamente pessoal na hora de afinar.

No que concerne as peles Michael prefiro as que permitem explorar os harmônicos (beira de pele) àquelas com muita definição no centro  das peles e quase nada de harmônicos nas áreas de expansão.

Por fim agradeço desde aos  professores  na área de percussão e em especial  o percussionista Sergio Boré  e os  leitores desse artigo. Espero as críticas e comentários em relação à loucura que cometi, tanto no campo financeiro (o custo de quase “refazer uma batera” e o risco de tudo dar errado ao longo do processo de  transformação).

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Artigo escrito pelo Conrado, vulgo LOERJVO, baterista desde os 16 anos, e percussionista amador desde 19 anos

 

 

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