1988: Arnaldo Solizta


  Arnaldo Solizta
   (O título homenageia Lizt! Ideia do Júnior)

   Enquanto o corpo permanecia inerte na cama em estado de coma, Arnaldo revelou posteriormente que se lembrava apenas de um sonho...

   Na ampla sala de concertos, suaves movimentos e as mãos deslizando em gestos assimétricos, delicadamente produziam vibrações, gerando trechos instrumentais que invadiam o recinto em contraste com a luz artificial que iluminava o piano.

   Um pensamento repentino: — à quanto tempo estaria tocando? Haveria uma pausa para o cigarro?

   Mas, as mãos continuavam agindo, independentes da sua vontade, continuavam escorregando, experimentando, variando, entre a melodia de ninar e o frenético rock and roll.

   Preparando uma evolução estilística, dando expressividade à sua música, quando foi interrompido por uma risada seguida de uma pergunta — Como vai Arnaldo?

   Arnaldo Baptista e John Lennon num encontro marcado por muitas risadas e gargalhadas no final das contas, John o ajudou dando-lhe conselhos.

   A gostosa sensação de sonolência continuou; e quem o embalava era seu pai, com cantos gregorianos.

   Repentinamente a melodia cessou e não se ouviu as risadas, o canto, nem os aplausos. Estivera dormindo?

— Estivera sonhando? E que lugar era esse?


(Mário Pazcheco)

*Originalmente publicado no fanzine, ROCK'N'ROLL MUSIC, nº 18 - ANO: VII - 1988. Revisora: Marly. Foi o penúltimo fanzine. Trazia o meu terceiro texto público a respeito de Arnaldo Baptista. Um fanzine de boa tiragem e basicamente remetido a todo o Brasil, divulgando que eu estava escrevendo sua biografia.

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