Setor Bancário Morte e Setor de Diversões Sul

Setor Bancário Morte e Setor de Diversões Sul

Paulão de Varadero

Ontem eu estava num restaurante lá do Setor Bancário Norte, na mesa com o Zé Roberto, o Geraldo e a Dina, todos poetas consagrados na cidade, a convite do Menezes y Moraes, do Coletivo de Poetas de Brasília, para ouvir uma palestra sobre a obra do grande poeta Mário Faustino. Não eram 9.00h da noite e os garçons já nos instavam a fechar a conta e ir embora, e "olha o adiantado da hora." Pagamos a conta e eu comentei com o Zé e o Geraldo, que aquele impávido setor bancário norte parecia uma praça mal assombrada, coisa meio parecida com as pirâmides de Queops, Quefren e Miquerinos, tal a esquisitice do recinto. Foi aí que o Geraldo me instou a fazer um conto. Mas como eu não sei contar nem estórias de pescador, canto com esse poema o que vi e o que não vi, e mostro a diferença cabal entre o que é a alegria da putaria do CONIC e a tristeza e avareza da bancaria burguesa. E como dizia a mãe de Karl Marx: " Menino, porque você num para de escrever O Capital e começa a ganhar o Marco Alemão"!  abs do Paulão de Varadero.

 

 

Vocês já viram ou frequentaram aquele verdadeiro colosso

Os vidros, os cristais, as vidraças , as vitrines, o porcelanato

Do misterioso, majestoso e sombrio Setor Bancário Norte?

À noite ele parece um verdadeiro cemitério?

No andar térreo existe um vão, uma espécie de calabouço

É a verdadeira cara da morte!

 

No meio de imponentes, espelhados e sofisticados edifícios

Banqueiros, financistas e empreiteiros tocam seus ofícios

Comerciantes avaros calculam suas cruéis taxas de lucros

Às seis da tarde, as pessoas fogem de seus escritórios

Somem dali depois do expediente, batente de sacrifícios

Lúgubres fantasmas passeiam pelos corredores, no escuro

 

A burguesia brasiliense não conhece

O Setor Bancário Norte quando anoitece

O vento sopra forte, amedronta, assovia

Mas ali não há corujas , nem cotovias

Nem pessoas, nem vida, nem alegria

Não há música, namorados, nem poesia

Como é infeliz a morta-viva burguesia!

 

Viva a sagrada muvuca nos botequins do Conic!

Cerveja gelada no Fortaleza e no bar do Zezinho

O sebo anarco-cultural do grande Ivan Presença

Os bêbados,  bispos macedos, as putas nas redondezas

Os sindicalistas, os biscateiros, o Politiburo do Pacotão

Os proletários, os operários, os ambulantes, os pedintes

Bebendo cachaça , esculhambando, fazendo a Revolução!


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