MEANWHILE IN BIBILAND 42
por: Rodrigo Souves

Franklin Martins, o ex-guerrilheiro e atual paladino da censura no país, dá ordens de buscarem a banda BIBI AND THE JACÚS/THE JACÚS AND BIBI para depoimento, tudo ultra secreto para não dar margens à mídia tentar usar o rapto como mola propulsora na carreira do grupo torpe. Agentes com máscaras e óculos escuros invadem a antiga sede da Gang do Cu, tudo vazio, relatam ao superior o fato, são todos rabaixados e o diretor da ABIN cai. Sou chamado a depor e ressalto que tenho sempre buzzetado o que sei sobre a banda, Franklin Martins não conhece o termo "gonzo" no jornalismo, manda me darem um "sacode" para ver o que escondo... assim como Jamal no filme de oito oscars de 2008, constatam que sou honesto, além de não esconder nada, sou realmente um repórter gonzo nessa tresloucada besteira que é a trajetória de altos e baixos da banda supracitada, "quero acabar com essa besteirada toda, que porra da porra!", diz um Martins nada similar ao narrado no livro 1968: O ano que não terminou, de Zuenir Ventura. Ele pergunta se sou partidário de suas idéias "comunistas de luta", eu digo que antes a esmola capitalista do que a miséria generalizada do comunismo, sou posto sob observação governamental, mas com o tempo os agentes não fazem mais relatórios sob meu cotidiano, sempre colocam nos registros "O sedentarismo do sujeito está nos fazendo engordar também, nada mais a relatar". No final visitei o diretor da ABIN e falei "façam meu trabalho, vigiem, acompanhem a banda, já pedi demissão mas se recusam, não aguento mais isso".

De tanto se preocuparem comigo, a atual censura brasileira não soube de um bacanal sui generis promovido pela banda, cenas foram postas na novela das 20:00 por hackers de plantão... hoje tenho um DAS do governo, Assessor de Comunicação, nunca saquei esse dinheiro e religiosamente está na conta, mensalmente, tento doar o dinheiro e não entendo como o governo usará isso contra mim.