BLUES DO CONTA-GOTAS

z ofensa

19 DE MARÇO – A ARTE DEIXOU DE SER SOCIAL PARA SER PESSOAL

Desde 2005, um cara  está de olho na marca dopropriobol$o, ele é o maior incentivador para que de dois em dois anos, eu renove o direito  tentei registrar na grafia dopropriobol$o e eles não aceitaram. Desde 2003, jamais mandei via e-mail ou um in box qq coisa do site - deixei o site de lado  existem miríades de artigos para serem transcritos  só que a participação é miníma, então auto boicotei  deixei de lado - quando quero vou lá e cuspo uma nota  não tem propaganda e não invisto em mecanismo de busca e não quero nome em filipeta pois, o sucesso custa, essa ideia nasceu morta, toda ideia que não seja capitalista nasce morta  me ofereceram um patrocínio, mas eu tinha que "maneirar", "não ser tanto", como era uma pessoa próxima, eu ri e nem disse-lhe estás a me comprar? quando escrevo qualquer merda ela passa pela corrente sanguínea e vai direto aos neurônios e eu não sei por quais cargas d'água eu estou com a macaca e não o macaco e estou banalizando o sucesso me achando um arvoredo de notícias de resistência, de insistência e por que não de demência? Que a festa dure o lado bê de um compacto  hoje já dei entrevista para a Priscila, falei com a Joelma, dei meu trampo de guru - eu tô a fim de ter pazciência é com os pares, com os brothers, com os loucos, com amatilhados, com os sedento es com quem tá a fim de tocar o sol com as mãos como Ícaro  estou indo para a Paraíba e talvez lá  encontre Isnaldo. Já tomei meu pico de morfina e quero lamber a garrafa da cerveja no talo - foda-se rock Brasília aqui são as bandas independentes que fazem seu caminho e clipes e suas faixas  somos um exercício de soberania  chame para um papo sério agora clara de ovo quem gosta é omelete.

O prato do dia será uma crônica prosaica onde mistura-se o belo ao trágico - o sublime clima da manhã estragado pelo insistente ranger do motor de um trator e a milhagem de carros estragando o asfalto do Guará (que choque é a manhã de terça-feira no Guará). Saudades da amiga e fotógrafa Joelma Antunes que virá fazer o meu retrato. Acabei de chegar da Estação Metrô da Feira, a fim de um café, lá estava o Revisor, Luiz Eduardo. Engendra-se um terceiro volume, agora que sou best-seller. Para uns, o dia sempre demora a começar depois de mais uma noite perdida de seriados na TV. Os filmes são tristes e deixam as pessoas desesperadas. Os mais fortes marcam-lhe com a marca da maldade: "enquanto ríamos, eles planejavam o AI-5". Com tempo livre pensamos em cultura pensamos em artistas que lutam em artistas que queríamos ser - artistas menos vaidosos ou arrogantes ou preguiçosos ou burros ou verdes ou de má-fé mesmo - pô, Mário pare de falar mal dos artistas, mas essa é a minha impressão quando conheço novos artistas e eu não posso desprezar o instinto - o artista vira um pau no cu - o artista é sinônimo de egocêntrico - etc etc etc - tsc tsc - quanto ao trágico masco a ponta de um cigarro pensando nos motivos que levaram Maiakoviski: "ele era um errado em tudo; era um poeta". Largo o teclado, afinal quem escreve para agradar são os Diários Sociais e eu não estou muito a fim de fazer firula - não muito a fim de explorar essa vaidade de que a cidade vai revelar uma grande banda e vai realizar um grande sonho - aliás ninguém está escrevendo ou trocando poemas e farpas e arame ninguém consegue ouvir através das nuvens - o desencontro é grande - a arte está entrincheirada nas mãos dos especuladores e não podemos cruzar essa linha: arte deixou de ser social para ser pessoal.

 

queixo

tudo o que eu tenho escrito sobre música nos últimos 10 anos foi copiado daqui

17 DE MARÇO


Colecionadores de memórias são como clones de Raul Seixas, e estão espalhados por aí como Silvios Britos - são 80 anos de São Glauber Rocha e não adianta trepidar, não existem glauberianos por aí, talvez seus filhos - minhas memórias foram atiradas aos ventos como grãos de areia e se espalham sobre a superfície imunda. Todo mundo agora conta histórias em que eles são os próprios temas centrais. Um alerta, um arroubo, uma desconsideração e a velha pergunta: por que não escreves um livro? - Porque não sou autor, porque não sou um aproveitador de moedor de falas. O café é ralo - Facebook é coisa burguesa de quem ainda tem emprego, não é para os pobres e nem para os burros, mas como eles podem serem burros se são mais inteligentes do que jamais fomos? Sei lá, malversação do que importa sem piedade pela infelicidade de outrem. Amarra o cinto ou chame o Uber. Escolha as palavras. Menos citações, menos aspas e alta eloquência, mais presença nos diálogos, mais sangue pois notícias de crimes caem bem, não as desabone. No meio das lhufas & chongas, não percebi nada além de um exercício afetado e patético de autovinculação.

z miro

14 DE MARÇO – SUPERSTARS OF SOUL


Um pedaço engraçado da tarde de quarta-feira foi gasto com Miro Ferraz no Quiosque dele. O papo como sempre foi cheio de cordas e triangulações musicais. Falamos de Olhos D'água, falamos de músicos e convites e quase formamos A Banda Lee. Miro Ferraz pegou na viola caipira e tocou o som daquele instrumento. Eram pentatônicas? Cromatismos e quase todas as escalas, já que o braço é menor. Malabarismo, Miro Ferraz virou a viola de cabeça de cabeça para baixo e só que com uma das mãos terminou o acorde. – Como você fez isso? Como um mágico sem cartola, o guitarrista Miro Ferraz arrancou da parede um contrabaixo nacional preto e branco, um Fender Jazz e bateu-lhe escalas, só que ele faz na cadência pena que o instrumento estava desligado. Através do Quiosque, fico sabendo que uma casa em Vicente Pires vale mais do que uma no Guará. Dentro do carro, olho pelo lado esquerdo da janela, o cara do carrinho de supermercado vira à esquerda e ele vai colidir como uma senhora! A senhora logo vira a cara e levanta os dois braço e para o cara do carrinho há um metro de distância e ele gesticula e fala sem parar. 40 esse numeral são os graus das muitas 40 pelas quebras de Brasília. A clínica musical com Miro Ferraz me deixou em dia como é bom descobrir que você não é o único louco pelas ruas da QE 40.


 Um parágrafo sobre ter sido obrigado a nadar com tubarões
Tenho lembranças daqueles que pleitearam pelo sucesso e o que aconteceram a eles. Nunca mais os vi era uma briga de foice. Lojistas não queriam vender, radialistas não queriam tocar. E eu perguntava: – Que porra de sucesso é esse? Desconheciam as picaretagens da industria do disco – eram inocentes com os caras de duas caras. Estavam altos e nem tinham sacado que foram roubados, passados para trás e que ficaram sem a master de seu disco e devendo horrores aos familiares. Me recolhi à minha insignificância quero distância de jornalistas, editores, publicadores, empresários – tudo puxa-sacos, a fim de um favor, de um piço, de uma carreira – peguei com os beiços salgados e apertei o limão contra os dentes e cospi o resto da cachaça ali o tranca-rua nos conhece e protege – que decadência – peguei o jornal dobrado debaixo do braço e alarguei o passo – tinha duas cédulas, mas era livre para ir para voltar – estava livre para dizer NÃO! aos caras mais sebosos – me senti que não devia mais nada que não devia nenhuma explicação me senti livre para dizer que foda-se: a vida é sua ainda bem que não somos xifópagos. Pulei o bloco e encontrei Carlão e aí Marão!? Ainda Carlão: "o seu amigo não liberou os direitos!", respondi: "Coisa de fã". Rimos entre nós não há melhor time, não há fanatismo não há insegurança – estávamos prontos para ganhar as ruas e o melhor jamais precisamos de ninguém gostassem de nós para percebermos que não precisávamos disso – éramos homens velhos cuja única ambição era beber e pagar contas e declarar o imposto de renda: – Senão o bicho pega. Agora sim, estávamos como todos satisfeitos com nossos próprios fracassos, mas tirando onda porque agora só tínhamos uma cédula.



Na TV a cabo, onde sou tratado como assinante: o que seria de um professor autorizadamente armado que matasse uma pessoa? Aí, a banalidade de ser autorizado diminuiria o número de baixas ou aumentaria? Então, é um assunto a ser debatido, mas que raio de debates, se estamos numa autocracia?

z bomba


SURREALISMO VENEZUELANO OU HILLBILLY MUSIC


Hoje tivemos mais uma clínica musical desta feita com Rodrigo Souves e seu olho de pelicano e a afinação em sol aberto como Keith Richards. Souves contou detalhes da festa do show da Banda Mais Lama. Estava com o discurso fluente e longo suas longas ideias pareciam falas escritas por um roteirista. Não discordamos em quase nada e mais uma vez o trabalho profissional de Tiago Rabelo em separar as coisas rendeu-lhe a observação: Foda! Souves fala do convívio com os membros de sua banda, ele acha que o segredo do sucesso dela é o repertório. Souves é bom de bola e segue roteirizando sua sidas a shows perto de sua casa em Taguatinga Sul, fala das fotos que os meninos enviaram durante o show da Curiosa. Fala dos tais repertórios. Ele fica na dele, traça ideias sobre Thomé, Tiago, Blavis – nesse momento rola uma idolatria, sempre a gente faz reverência de como podemos aprender. 
Também falamos da diferença entre rockers reacionários do Brasil e os dos Estados Unidos.
Não tivemos tempo para HQs, cinema, cervejas e sala de aula ficamos apegados à música segurando seus livros, vivendo aquele improvisos do The Hunt um disco que pertenceu a Junky, o maior colaborador de zines com a coluna: Sem tirar a carteira de cigarro da mão.


Será Bolsonaro assim até o último dia da minha existência? Cansei de ver fotos dele. Por que as pessoas não vão ao Palácio do Planalto e pedem uma foto autografada e param de encher o saco das pessoas? Bolsonaro é pop, é amado, é o rei, é o caralho que já encheu. Joga no Flamengo? É santo? é o quê? Por que tanta propaganda di Bolsonaro? Bolsonaro 2022, já começou? Você acha que vai impedi-lo de ganhar a reeleição com seu apoio canhestro?

 

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