Santos-Dumont Pai da Aviação

Santos-Dumont

Pai da Aviação

 

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Eis a história de um grande inventor brasileiro um dos mais ousados momentos do ar

Marion Lowndes Ataptado de “Air Facts” – Publicado no Livro da Juventude

 

Foi num calmo dia de setembro de 1898 que Alberto Santos-Dumont, jovem e rico brasileiro, se considerou pronto para sobrevoar Paris numa “nave aérea”. Esse estranho invento que custara 120.000 francos daquela época, consistia num balão de seda envernizada, em formato de charuto, de 24 metros de comprimento. Era enchido com hidrogênio e movido por um motor a gasolina de 3,5 cavalos.

Aeronautas experientes haviam dito a Santos-Dumont que, se usasse um motor a gasolina acima do solo, morreria espatifado. Mas o jovem inventor fizera a experiência de pendurar o motor num galho de árvore e descobrira que, suspenso no ar, o motor funcionava tão bem como em terra. Os entendidos diziam que o hidrogênio do balão pegaria fogo e explodiria. Esta não era, porém, a opinião de Santos-Dumont.

Ele anunciara que decolaria de um parque em Paris. E perante uma pasmada multidão, entrou no seu “automóvel aéreo”. O aparelho lembrava uma cesta de vime de lavanderia, com um motor a gasolina e hélice de duas pás, preso ao balão por cordas. Do balão pendiam cabos.

- Larguem! – gritou ele.

A tripulação recuou, o motor funcionou, a hélice girou e o “Santos-Dumont N.º 1” ergueu-se triunfantemente no ar.

O homem voa! A multidão aplaudia e chorava. Era a primeira vez que viam um ser humano dirigindo-se no ar.

Subitamente uma meninazinha gritou:

- Quebrou!
A bomba de ar falhara e a enorme bolsa de seda dobrava-se pelo meio. Dentro de poucos instantes o desastre seria inevitável. Santos-Dumont sobrevoava agora um campo onde meninos soltavam papagaios.

- Agarrem o meu cabo-guia – gritou ele assim que os cabos tocaram o chão – e corram contra o vento, como se fosse um papagaio!

Os ajudantes assim fizeram, e o vento amorteceu a queda. “E foi assim que fui salvo a primeira vez,” relatou Santos-Dumont.

Mas tinha “voado”. Subira por sua própria força e manobrara a nave à sua vontade. Santos-Dumont foi o primeiro homem a voar com um motor de explosão.

Na ocasião desse primeiro triunfo, Santos-Dumont contava apenas vinte e cinco anos de idade. Nasceu em 1873, sendo um dos dez filhos de um fazendeiro de café de São Paulo.

No Rio de Janeiro ele estudou ciências, indo depois estudar aeronáutica em Paris. Para seu espanto, Santos-Dumont descobriu que, embora houvesse balões em Paris, nenhum deles era dirigível.

Não obstante, Santos-Dumont iniciou experiências que finalmente resultaram no seu sucesso de 1898. Animado, ele fez mais quatro aparelhos do mesmo preço que o primeiro.

Sentiu-se então pronto para tentar a conquista de um prêmio de 100.000 francos oferecido ao homem que conseguisse voar em redor da Torre Eiffel e voltar a St. Cloud, cidadezinha perto de Paris, em menos de meia hora.

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Em 8 de agosto de 1901, no “Santos-Dumont Nº 5”, ele voou do ponto de partida até a Torre em Nove minutos. O prêmio parecia garantido.

Ao alcançar a Torre Eiffel, porém, sentiu um violento puxão nas cordas que prendiam o cesto. As da frente se afrouxaram e as pás da hélice cortaram-nas. Em poucos segundos Santos-Dumont ia ser precipitado no espaço. Rápido desligou o motor e a hélice parou.

O aparelho, já meio dobrado, derivou ao vento e foi cair no telhado de um edifício. Houve uma explosão, e o ”Santos-Dumont N.º 5” – e o próprio Santos-Dumont sumiram.

Os bombeiros de Paris galoparam par ao local e encontraram o inventor agarrado ao peitoril estreito de uma janela, trinta metros acima da rua. A quilha da nave caíra atravessada sobre dois telhados, salvando-o da morte.

Sem desanimar, o inventor fez a encomenda do “Santos-Dumont N. º 6” naquela mesma noite. Dentro de um mês, já estava novamente no ar, observado por uma imensa multidão.

Como antes, a nave manteve-se no seu rumo. Ao rodear a Torre, o motor quase parou. Santos-Dumont largou os controles, fez um reparo e voltou triunfalmente ao ponto de partida – desta vez para conquistar o prêmio, que imediatamente dividiu entre os seus auxiliares e os pobres de Paris.

O próximo passo seria construir um aparelho mais pesado que o ar. Depois de muitas experiências com aparelhos que era metade avião e metade balão, conseguiu o que queria. Em 1906 Santos-Dumont fez o primeiro vôo oficial de um aparelho mais pesado que o ar.

Pouco depois construía os primeiros monoplanos de resultados práticos positivos, feitos de bambu e seda, e pesando 150 quilos com motor e piloto. A esses chamou “Libellule”.

Em 1909, no “Libellule N.º 2” estabeleceu um recorde de velocidade de 90 km/h.

Foi o seu último triunfo. Mas hoje a influência de Santos-Dumont se faz sentir por toda parte. Os imensos aviões de passageiros e carga – elos aéreos que, mais do que qualquer outra coisa, vão unir países e povos – têm como antepassados o “Santos –Dumont N. º 1” e o primeiro “Libellule”.

 

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