NOTÍCIAS EM QUADRINHO (1970)

gibi

Luiz Carlos Maciel, em sua seção Vida Moderna, publicada no vespertino carioca Última Hora de 14 de agosto de 1970, iniciou uma série de dois artigos sobre Os Quadrinhos. Esta é a primeira parte, que foi reproduzida no gibi, Invictus Batman/Robin & Super-Homem juntos, contra o mesmo inimigo n. 45, setembro de 1970 - Ebal - preto & branco - contracapa

Link esperto: http://www.dianadasha.com/clipping/equipe/equipe.html

gibi 2

Morre Moacy Cirne, aos 70 anos
Em 11 de January de 2014

Fonte: Portal Entretexos - https://www.portalentretextos.com.br/noticias/morre-moacy-cirne-aos-70-anos,1898.html
Dilson Lages Monteiro

Corpo será enterrado neste sábado em São José do Seridó, onde o escritor nasceu

RIO - Considerado o maior estudioso brasileiro das histórias em quadrinhos e um dos fundadores do movimento conhecido como Poema/Processo, o poeta, artista visual e professor Moacy Cirne morreu neste sábado, aos 70 anos, em Natal, por volta das 13h. O corpo será velado ainda hoje, a partir das 20h, no Centro de Velório do Morada da Paz, no bairro Lagoa Seca. O sepultamento será realizado em São José do Seridó, onde o escritor nasceu.
Moacy sofreu uma parada cardíaca pouco depois de ser submetido a uma cirurgia. O poeta chegou a ficar em coma induzido, mas não resistiu. Ele havia descoberto um câncer no fígado recentemente.
O poeta nasceu em São José do Seridó/Jardim do Seridó, em 1943 e é considerado referência até hoje quando se trata de Histórias em Quadrinhos no Brasil, de acordo com a editora da Universidade Federal Fluminense (UFF). Pioneiro na área, escreveu livros como “Bum! – a explosão criativa dos quadrinhos” e “Literatura em quadrinhos no Brasil”.
Seu livro mais recente, “Seridó Seridós”, foi lançado em 14 de dezembro e trazia, segundo o próprio autor, “um pouco de tudo: de críticas a memórias e fotos, de homenagens, poemas a listas de livros e filmes”.
Em 1967 participou do lançamento do poema/processo (em Natal e no Rio de Janeiro), movimento de vanguarda literária próxima das artes plásticas, ao lado de Wlademir Dias-Pino, Alvaro de Sá, Neide Dias de Sá, Anselmo Santos, Dailor Varela, Anchieta Fernandes, Falves Silva, Nei Leandro de Castro, Sanderson Negreiros, Pedro Bertolino, Hugo Mund Jr. e outros. Em seguida, Joaquim Branco, Sebastião Carvalho, José Arimathéa, Ronaldo Werneck e, mais tarde, Jota Medeiros e Bianor Paulino se incorporaram ao movimento, com seus poemas semiótico-gráfico-visuais, além dos projetos semântico-verbais.
Na década de 1970 escreveu a coluna EQ, juntamente com Marcio Ehrlich, no jornal carioca Tribuna da Imprensa. Foi editor da Revista de Cultura Vozes, de Petrópolis (1971-1980), e colaborador do suplemento Livro do Jornal do Brasil (Rio, 1972-76)
Professor (aposentado) do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense – onde lecionava disciplinas sobre Histórias em Quadrinhos e Ficção Científica, dentre outras – era famoso no Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF por editar e distribuir um fanzine independente de uma única página, o Balaio Porreta. Cirne costumava organizar comemorações chamadas "Balaiadas", com distribuição de brindes como livros de arte e poesia entre os alunos do curso de Comunicação Social, para divulgar as edições especiais do Balaio. Desde 2007 o fanzine, que une textos provocativos, listagens de filmes, pensamentos e poesias, se transferiu para a internet sob a forma de um blog, o Balaio Vermelho. O fanzine Balaio foi um dos principais meios de divulgação no Rio de Janeiro das poesias eróticas do polêmico Chico Doido de Caicó, durante muito tempo considerado um personagem fictício e alter-ego do próprio Moacy Cirne.


POEMAS


A PRAÇA

joão da paraíba oferece a alguém,
com
muito
amor
e carinho,
"lábios que beijei", na voz de orlando silva
[in Cinema Pax, 1983]

NÃO BEBA
ESTE POEMA
você
pode
virar
um
VAMPIRO

[Versão original in Docemente experimental, 1988]

RECOMEÇO
Sei do sonho:
procuro tua sombra na
penumbra
da memória líquida
e nada encontro.
A lua não é vermelha
não é violeta
não é verdecoisa
mas
os loucos da madrugada
anunciam as primeiras águas da manhã.
Sei do sonho?
Tua sombra pagã
é um corpo que me foge
das mãos cansadas de espantos
e abismos.
A árvore sonolenta
anoitece os meus delírios.
Não te vejo na claridade
do silêncio.
O sol é um pássaro ferido
na solidão
de meus gestos de meus gritos
e a hora cruviana
é uma graviola
grávida
de aromas e carnes
pronta para ser saboreada.
Sei.
Não foi um sonho.
Como encontrar,
então,
na
arquitetura fluvial
de meus quereres,
as linhas
e curvas
de teu corpo barrento-canela?
Ah, não! Ah, sim!
Existe
um
grande sertão
nas veredas da minha paixão.
E eu sei do sonho.
Procuro tua sombra líquida
e nada encontro.
A lua não é verdeluã
mas
tua sombra pagã
anoitece os meus delírios.
Como encontrar,
sol e solidão,
a arquitetura colonial
de teu corpo fluvial?
Como encontrar,
no silêncio de meus gritos,
tua sombra teus aromas tuas carnes?
Sim,
não.

Tua memória vermelha

é uma sombra grávida

de morenezas e reentrâncias

azuis.
Docemente azuis.
Barrentas e azuis.

[ Originalmente publicado em
Qualquer tudo (1993); republicado em
Continua na próxima (1994) ]

POEMA FINAL
o homem só,
velho e cansado,
olha para a frente
e nada vê.
olha para os lados
e nada vê.
olha para o fim do mundo
e nada vê.
entre
o espanto dos suicidas
e
o silêncio dos desamados,
o homem cansado,
velho e só,
olha para o poema
e nada vê.
será
que os sinos
dobrarão por ele?

[in Continua na próxima, 1994]

Articles View Hits
11375628

We have 1101 guests and no members online

Download Full Premium themes - Chech Here

София Дървен материал цени

Online bookmaker Romenia bet365.ro