“Eu na minha primeira audiência no tribunal”

Quando se fala em Ozzy Osbourne, a imagem que costuma vir à mente é a do Príncipe das Trevas, ícone do Black Sabbath, figura excêntrica que ajudou a inventar o heavy metal. Mas antes das crucifixos, morcegos e guitarras distorcidas, havia um outro Ozzy — o jovem sorridente da Birmingham operária dos anos 60.

A fotografia rara mostra Ozzy em sua fase Mod, ainda muito distante do visual soturno que o eternizaria. De terno elegante, cabelo bem penteado e um sorriso aberto, ele parece mais próximo dos garotos que lotavam clubes para ouvir The Who e Small Faces do que do futuro cantor de “Paranoid”. A cena é um lembrete de que mesmo os ícones do rock pesado tiveram seu momento de juventude solar, antes de abraçar a escuridão.

Essa foto ressurgiu anos depois, estampada no verso de um pôster dentro do programa oficial da turnê Blizzard of Ozz (1980). Com ironia típica, Ozzy teria escrito: “Me at my first court appearance” (“Eu na minha primeira audiência no tribunal”). É a mistura perfeita de irreverência e memória que define sua trajetória.

Olhar para esse retrato é perceber que a história do rock não é feita apenas de mitos sombrios, mas também de sorrisos espontâneos, ternos alinhados e a energia juvenil de um tempo em que tudo parecia possível. Antes do Príncipe das Trevas, existiu, sim, o Príncipe dos Mods.