Carol Tauil & Mário Pazcheco: Retratos do Rock’n’Roll

Uma encruzilhada entre o ontem e o amanhã, com luz violeta, guitarras e memória viva.

Na imagem, Mário Pazcheco segura o livro com a icônica foto de Mick Jagger, enquanto Carol Tauil, sorridente, é banhada por uma luz violeta. Ela veste um elegante vestido de baile, apropriado para o inverno, numa tarde de domingo, 18 de maio de 2025 — data em que se celebrou o auge dos seus primeiros 15 anos.

O livro dos Rolling Stones, com fotografias do aclamado David Bailey, serviu de adereço e símbolo para esta sessão de fotos. Em um momento marcante, Carol segura o livro contra o corpo de tal forma que parece ser mordida por Mick Jagger — a boca na capa encaixa perfeitamente no seu braço, criando uma imagem inesperada e performática.

Essa nova geração, voltada para o futuro, talvez desconheça a rebeldia do líder dos Rolling Stones. Ainda assim, é tocada pela força da imagem, pelo tamanho simbólico do livro e pela potência desse pequeno ritual que une música, juventude e memória.

No tablado de madeira do tabueiro, trava-se um duelo tão improvável quanto traiçoeiro. Carol, vestida de gala e armada com uma Les Paul dourada, canaliza uma energia entre Hannah Montana e Joan Jett, com olhar sereno, mas firme, como quem sabe que o solo é seu. Do outro lado, Mário Pazcheco empunha um antigo violão elétrico Del Vecchio, 1957 — fiel escudeiro de tantas serenatas e travessias —, imaginando-se nas dunas de um deserto imaginário, onde o rufar dos cascos de cavalos se mistura a um solo sensível de Jeff Beck soprando no vento.

Essa foto é mais do que um registro: é a encarnação da encruzilhada. A imagem captada por Marizan Fontinele eterniza o instante em que duas gerações se encontram — não para disputar, mas para tocar, entre livros, discos e silêncios.