Misty Mountain Nas trilhas das cidades perdidas
(Mário Pacheco)


       Faixas:
      1. Free Fall (Fabrício Morais / Gustavo Vieira)
      2. One Night Girl (Fabrício Morais / Gustavo Vieira)
      3. Sail Away (Blackmore / Coverdal - Deep Purple)
      4. Yesterday Cities (Fabrício Morais / Gustavo Vieira)
      5. Superstition (Stevie Wonder)
      6. High Wire (Lee / Gillen - Badlands)


      Foram três meses de intenso trabalho para que o Misty Mountain (Fabrício Moraes, guitarra; Nathal Oliveira, bateria; Hoanna, vocal e Gustavo Vieira, baixo) colhessem essa meia hora de som... - três próprias e três covers!       Um produto burilado e direto, o rock de entrada Free Fall abre o CD com seis minutos arrasadores, trilha da melhor propaganda de cigarros, nostalgicamente nessa faixa, o riff de entrada lembra os Yardbirds na Era Page! One Night Girl, faz uma pausa para que Hoanna demonstre toda a garra da sua voz numa base suingada com um riff semelhante a faixa anterior e uma 'estória' também semelhante à primeira faixa.

     O recado da capa de "Yesterday Cities" nada mais Yes, mira a Montanha Mística num reino gelado - a placa de setas remete a capa do álbum da dupla Page/Coverdale e inversamente a Cities in the dust - em uma associação livre de idéias ou seja, tragédias climáticas.      

    A balada Yesterday Cities com seu delicado violão e voz nos conduz ao mesmo ponto de partida desde que você esteja na estrada, não é a aclamada volta para casa e sim a opção de abandonar a inércia. Este CD-Demo da Misty Mountain está repleto de contrapontos ligando Ritchie Blackmore's Rainbow a Deep Purple e uma coisa impensável Ronnie James Dio cantando material do Deep Purple. Essas cores púrpuras giram ao redor de timbres zeppelianos e arranjos vocais como mostra a faixa High Wire (que não é deles). Inevitavelmente há a pegada do Lynyrd. Na faixa Superstition o trabalho do contrabaixo abandona o apoio e é a surpresa neste arranjo muito soul tipo Glenn Hughes. Hoanna canta muito - dá pra sacar a garra ao vivo! A bateria de Nathal Oliveira, segue reta e seca como convém a uma locomotiva, a guitarra é contida sem desperdício das notas. Este som é a alma do Misty Mountain, um som competentemente setentista mas há que encontrar a direção própria senão correm o risco de ficarem middle on the road...