Sérgio Sampaio: Roda Morta (Reflexões de um Executivo)

Roda Morta (Reflexões de um Executivo) (S. Sampaio/S. Natureza)

Canção de Sérgio Sampaio

"Independentemente de você gostar ou não de Sérgio Sampaio, esta letra merece admiração. Ela se destaca como algo realmente fora da curva dentro do universo das composições do artista."

(Sandro Alves Silveira)

Letra

O triste nisso tudo é tudo isso
Quer dizer, tirando nada, só me resta o compromisso
Com os dentes cariados da alegria
Com o desgosto e a agonia da manada dos normais

O triste em tudo isso é isso tudo
A sordidez do conteúdo desses dias maquinais
E as máquinas cavando um poço fundo entre os braçais
Eu mesmo e o mundo dos salões coloniais

Colônias de abutres colunáveis
Gaviões bem sociáveis vomitando entre os cristais
E as cristas desses galos de brinquedo
Cuja covardia e medo dão ao sol um tom lilás

Eu vejo um mofo verde no meu fraque
E as moscas mortas no conhaque que eu herdei dos ancestrais
E as hordas de demônios quando eu durmo
Infestando o horror noturno dos meu sonhos infernais

Eu sei que quando acordo eu visto a cara falsa e infame
Como a tara do mais vil dentre os mortais
E morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio o e o alcaguete não me deixam nunca em paz

O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais

O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais
Mais e mais


Fonte: Musixmatch

Compositores: Sergio Roberto Ferreira Varela / Sergio Moraes Sampaio
Letra de Roda Morta (Reflexões de um Executivo) (S. Sampaio/S. Natureza) © Warner/chappell Edicoes Musicais Ltda

"Roda Morta (Reflexões de um Executivo)" é uma canção de Sérgio Sampaio, composta em parceria com Sérgio Natureza. Embora a data exata de sua composição não seja amplamente documentada, sabe-se que a música foi resgatada e lançada postumamente no álbum "Cruel", produzido por Zeca Baleiro após a morte de Sampaio em 1994.
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Portanto, a canção foi lançada oficialmente em 2006, no álbum "Cruel".

A letra da música aborda, de forma poética e crítica, as reflexões de um executivo sobre sua vida e sociedade. Versos como "Eu vejo um mofo verde no meu fraque / E as moscas mortas no conhaque que eu herdei dos ancestrais" destacam a profundidade e a crítica social presentes na obra.