do macro ao micro: uma pequena série de haicais de Cláudia Li

 20150220-0005

Alguns são divulgados agora

(Poemas de Cláudia Li)

aranha teceu

os pensamentos

do vento

 

passarinhos felizes

manhã de parábolas

na janela

 

tarde de sol

rouxinol suspira

atrás da corruíra

 

novo amor

poesia

beija (flor)

 

frio na espinha

ninguém se acanha

só  se aninha

 

história aflita

depois desse dia

nada mais

me irrita

 

a lua linda

hoje de blue

se pinta

 

olho as

estrelas

ou as

estrelas

me olham?

 

tudo

esclarece

quando

a noite

adormece

 

será o além?

dentro desse quarto

um som

ninguém

 

sim eu sei

confesso

traí teu amor

com o verso

 

vez em quando

desatino

perco a paciência

com o destino

 

noite sem lua

insônia

qual é tua?

 

livro na mão

à sombra é quem lê

com atenção

 

hoje a poesia

me confundiu

quando achei

que ela vinha

sumiu

 

o amor é um

precipício

que se cai

vira vício

 

o nosso amor

todo dia

se aproxima

num dia

vira raiva

no outro

vira rima

 

SOBRE

eu

Cláudia Li (Balsas/MA, 05 de julho de 1971), 

aos dois anos fui para Brasília/DF onde morei até os 42 anos. Desde 2013 estou em Niterói/RJ. Escrevo desde a adolescência, mas durante muitos anos não pude me dedicar à escrita. Meus escritores no início eram Drummond e Cecilia Meireles. Mas foi em 2013 que descobri o Haicai, através de Paulo Leminski, que tenho como meu maior inspirador. Acho que hoje me considero uma poeta de fato. Escrevo o que gosto da forma que gosto, não sei viver sem poesia. Sou poesia dia e noite. Além de Haicais, também escrevo poemas minimalistas (Curtos), Poemas concreto-visuais, nesses prefiro, como diz um amigo “O lado Semiótico”. Amo poesia concreta, meus inspiradores são vários. Posso citar: Anatol Knotek (Áustria), Arnaldo Antunes, Augusto de Campos e por aí vai. O lado dos símbolos me torna mais completa, a mistura da letra com a expressão em imagem me fascina. Falo que poesia concreta é um:

 

“micro, macro
quanto mais leio,
mais há linha...”

Me vejo como o fim da tarde, penetrando a noite e fazendo dela a melhor das companhias. Amo escrever a noite, embora escreva o tempo todo, pois onde estou a poesia está junto. Não tenho livros por editora. Tenho um experimental que criei no ano de 2015 - Poesia Cult. Espalhei 100 cópias entre amigos e leitores que me acompanham desde o começo pelas redes sociais (facebook, instagram, tumblr e twitter). Participei em 2015 da1ª Exposição Internacional de Poesia Visual da FACHA, (Faculdade Hélio Alonso) no Rio de Janeiro. Fui selecionada entre os 66 melhores poetas visuais do mundo. Em 2016, meus poemas começaram a surgir em outros canais, como: página Paradoxos, Poesiências e Metamorfoses de Lisboa/Portugal; Haicai Combat e Poeta Concreto do Rio de Janeiro. Ainda no ano de 2015 o Jornal Diário da Manhã de Goiânia, publicou uma matéria sobre Haicais. Além disso, meu poema concreto “Sucção” selecionado na exposição da FACHA, foi referência sobre poesia concreta em uma escola de Maricá/RJ.