THE TRIAL OF THE CHICAGO 7 (2020)

 

O filme The Trial of the Chicago 7 foi marcado pela expectativa desde o seu anúncio na mídia. No desenroscar da espiral da casca da laranja, na cepa dos cientistas políticos, o Maio de 68 é uma fagulha  adormecida ou pronta para aquecer um novo clarão de primavera. A palavra revolução está desgastada pelas análises caprichosas e egoístas de palestrantes das ciências sociais. O que vale ver em The Trial of the Chicago 7 é a total personificação da entrega à revolução, às drogas e à incansável luta pelo fim do conflito do Vietnã. Diante de efusivos e rápidos diálogos, o filme permite entrar na psique da massa de jovens em choque com a democracia americana chefiada por líderes embandeirados pela direita, pelos lucros da guerra e pela perseguição política à qualquer voz discordante. Com o olhar pode-se sentir o impacto do cassetete da mesma madeira do taco de baseball na turba durante a convenção Nacional Democrata do Partido Republicano, em Chicago, em agosto de 1968. É claro que o filme escrito para os dias de hoje não cai no saudosismo e resgata o mau gosto patrocinado pela polícia de Chicago. Estes heróis cansados e espancados merecem descanso, afinal ao aproximar-se do sistema é inevitável a ação agora interna para o progresso social ou mesmo o enriquecimento ou um final abreviado da própria vida.

Os sete réus - Abbie Hoffman, Jerry Rubin, David Dellinger, Tom Hayden, Rennie Davis, John Froines e Lee Weiner tinham consciência da longevidade de suas ações, cada um centrado nos seus objetivos. Conseguiram dar corpo à rebeldia e ao comportamento desviciliado da rigidez das estabelecidas normas sociais. Era o conflito da liberdade versus a rigidez do establishment.